Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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DILEMAS VIVENCIADOS PELOS PSICÓLOGOS NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: PERCEPÇÕES, PRÁTICAS, ESTRATÉGIAS DE ATENÇÃO E PROJETO TERAPÊUTICO.
Andrea Acioly Maia Firmo, Maria Salete Bessa Jorge, Antonio Germane Alves Pinto, Vládia Jamille dos Santos Jucá

Resumo


O estudo apresenta de que modo vêm sendo realizados os processos que envolvem o trabalho dos psicólogos no cotidiano da rede de saúde mental infanto-juvenil do Município de Fortaleza, especificamente, em relação às interlocuções destes trabalhadores de saúde junto aos demais profissionais da equipe de Saúde da Família e Saúde Mental no que tangencia aos processos de construção do Projeto Terapêutico Singular. Constitui um estudo qualitativo, cujos objetivos centrais são refletir sobre o fazer do psicólogo nos CAPSi de Fortaleza e compreender em que medida os processos supracitados encontram-se articulados aos princípios da reforma psiquiátrica brasileira e clínica ampliada tendo em vista que existem controvérsias sobre a realização da clínica psicológica nesse contexto. Os participantes do estudo foram os psicólogos dos CAPS Infanto-juvenil das Secretarias Executivas Regionais (SER) III e IV do Município de Fortaleza-CE. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada e observação sistemática para coleta de dados. Para a análise dos dados pautou-se nos pressupostos da análise hermenêutica crítica. Assim, os resultados nos mostram que os psicólogos têm encontrado dificuldades em realizar ações mais próximas ao que é preconizado como modelo de avaliação psicológica e prospectiva em saúde, de como articulá-la dentro do fluxo dos serviços, bem como para colaborar para a construção dos Projetos terapêuticos singulares nas dispositivos, posto que os profissionais aparentam atrelar as decisões diagnósticas e prognósticas à figura médica. Com efeito, tais considerações refletem questões referentes aos processos de trabalho e formação dos profissionais de psicologia, demandando que sejam estabelecidas estratégias de educação permanente que os auxiliem na tarefa de implementar os serviços substitutivos, sem maiores dificuldades em relação a processos que articulam os aspectos clínicos e políticos.