Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Educação Conscientizadora de Diabéticos e Hipertensos no Programa Médico de Família de Niterói: experiencia do Grupo PET UFF
Tatiana Roale, Thais Queiroz, Cesar Silva Junior, Debora Clarkson, Monica Gouvea, Andrea Neiva

Resumo


A educação conscientizadora constitui proposta básica dos movimentos de cultura popular a ser obtida pelo crescimento interior do educando que, por conta própria e auxiliado por um educador/facilitador aprende ao mesmo tempo, a ler palavras, a ler-se a si mesmo e a ler seu mundo.BRANDÃO, 2001. A ação de profissionais da área da saúde não pode mais se limitar à assistência devendo representar ação cultural ampliada de diálogo e de crescimento de parte a parte, em busca de saídas e de soluções sociais a partir do que se vive e do que se troca, do que se aprende e do que se motiva, quando se dialoga crítica e criativamente sobre a vida e o mundo por intermédio do corpo e da saúde.O PET-Saúde vem fortalecer uma prática acadêmica que objetiva interligar a universidade, em suas atividades de ensino, pesquisa, serviço e extensão, com as demandas da sociedade, de forma construtiva e produtiva. Esse cenário pressupõe medidas capazes de superar a lógica de uma rede de serviços voltada ao atendimento curativista e nesse sentido a educação em saúde representa poderosa estratégia de abordagem de coletivos. A atividade educativa em grupos implica na transformação do saber e dos sujeitos do processo, tanto dos técnicos quanto da população, favorecendo aquisição e troca de experiências. Grupos de convivência contribuem para um viver mais saudável ao promover a troca de experiências e o compartilhar de saberes, propiciando formação de redes de suporte social, autonomia dos integrantes, ampliação da criatividade, melhoria da autoimagem do grupo e, livre expressão dos participantes sobre suas emoções e seus conhecimentos. A ênfase está na solução de problemas em grupo, com o objetivo de aumentar a capacidade de resposta diante das dificuldades, mediante um ambiente terapêutico mais expressivo de emoções, experiências e interações.(CADE, 2001). O objetivo deste relato é descrever e refletir sobre a experiência de um grupo PET que atua em um módulo do programa Médico de Família de Niterói (PMF) na educação Conscientizadora de Diabéticos e Hipertensos. Para tanto foi adotada metodologia descritiva e exploratória do tipo participante. As discussões foram promovidas em grupos de hipertensos e diabéticos e de reeducação alimentar, este último criado a partir da percepção da dificuldade na mudança de hábitos alimentares. As abordagens foram pensadas a partir de conversas entre acadêmicos, preceptora, o restante da equipe PMF e usuários com base na literatura levantada e nas necessidades da populaçào adscrita. Pessoas foram convidadas através de convites impressos, cartazes nos painéis presentes no módulo, durante as consultas médicas com o auxilio da equipe PMF, e nas visitas domiciliares. Os encontros contaram com uma média de dez a quinze participantes, de diferentes faixas etárias com patologias associadas ou não. A estratégia adotada foi a de realização de grupos de conversa, com a livre participação dos interessados e com auxilio de recursos pedagógicos produzidos e aplicados como rodas de conversa, vídeos e apresentações, jogos educativos, dinâmicas, folhetos e painéis informativo. Além disso, todos os participantes dos grupos fizeram acompanhamento de peso, Índice de Massa Corporal (IMC), glicemia, altura e pressão arterial . Nos grupos de conversa o saber era construído a partir do que todos e cada um dos participantes puderam trocar uns com os outros. As conversas entre os participantes foram importantes para o fortalecimento do vínculo entre equipe de saúde do PMF e comunidade. Para o trabalho, o grupo PET produziu vídeos e apresentações sobre os temas; construiu jogos educativos, importantes para a abordagem dos temas e descontração dos participantes tornando os ambientes propícios à troca de experiências; produziu e distribuiu folhetos informativos, úteis na divulgação de informações sobre promoção de saúde, através de linguagem acessível e interessante; criou o painel da saúde na unidade contendo reforço informativo sobre os grupos em atividade; acompanhou o peso, IMC, glicemia, altura e pressão arterial dos pacientes e; promoveu a distribuição de brindes importantes para a motivação dos participantes, o que contribuiu para a manutenção de clima prazeroso e saudável. O grupo de reeducação alimentar introduzido apenas a partir das atividades PET, foi muito bem aceito pela comunidade.Os grupos com hipertensos e diabéticos e de reeducação alimentar favoreceram a adesão terapêutica e a mudança de hábitos entre os participantes, promoveram relações interpessoais e estimularam autonomia. O acompanhamento do Grupo de Reeducação Alimentar permitiu observar controle da HAS e DM de forma não farmacológica; redução do peso; ganho de auto estima e melhoria nos hábitos alimentares.