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Educação em Saúde e doença crônica: sexualidade um tema necessário
Resumo
Introdução: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças crônicas são aquelas de longa duração e, geralmente, possuem uma progressão lenta; são elas a principal causa de mortalidade no mundo, representando 60% do total de óbitos e por isso requerem maior atenção de toda a equipe de saúde. No Brasil, apesar das políticas públicas de saúde proporem um novo modelo assistencial, ainda prevalece a medicina curativa, pelo atendimento e tratamento em serviços de urgência ou hospitalizações para as doenças crônicas, do que a medicina preventiva de doenças e agravos. A sexualidade é um processo simbólico e histórico, que expressa a identidade do sujeito e não cumpre apenas a função social de reprodução da espécie, mas também a da busca de prazer pessoal. A sexualidade é uma característica essencial do ser humano, presente em todas as etapas da vida, apesar de ter sua afirmação e afloração na adolescência. As doenças crônicas podem ser fonte se grande estresse já que a presença de vários sinais e sintomas, bem como a amplitude dos mesmos, pode causar graves conseqüências no funcionamento psicológico e social, repercutindo negativamente nas relações que o doente crônico mantém com o meio que vive. Portanto, promover grupos onde o paciente crônico possa entrar em contato com o tema sexualidade e se apropriar de informações pertinentes é necessário. Tal grupo pode ser uma intervenção da psicologia. pode desenvolver dentro de uma equipe multiprofissional, e uma das ferramentas que deve ser usado para suprir essa demanda é a educação em saúde. Objetivos Geral ü Descrever a necessidade de ações e intervenções com pacientes crônicos que permeiem cuidados além dos exigidos pela enfermidade. Específicos ü Descrever a possibilidade de campo de intervenção da psicologia ü Identificar dúvidas recorrentes em pacientes crônicos Método Foram recrutados 20 doentes crônicos, que foram contactados no dia da consulta médica. foi realizada entrevista semi-estruturada pela psicóloga residente multiprofissional em saúde, a fim de levantar o desenvolvimento e história sexual do paciente, a representação da sexualidade, assim como as informações que possuem e relacionadas à sexualidade. A entrevista foi gravada e posteriormente transcrita para análise dos dados. Quanto à análise de dados, esta pesquisa se caracterizou por ser um estudo qualitativo através da Análise de Conteúdo. Resultados Os relatos revelaram que os pacientes sentem que a doença e suas complicações clínicas repercutem negativamente em suas experiências de relacionamentos interpessoais, interferindo em sua vida social. Foi comum o relato de sentimentos de insegurança, medo e preconceito. Outro ponto importante observado foi a falta de informação sobre sua doença e conhecimento sobre sua sexualidade simultaneamente com a doença crônica como por exemplo reprodução humana e influência da doença crônica neste processo. Conclusão Faz-se necessário que haja inserção de educação em saúde, em especial ao doente crônico, com tema especifico de sexualidade. Esta deve ser tratada como natural e inerente ao ser humano, como uma expressão de sua condição saudável, e não como m “tabu” ou assunto que deve ser velado.