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Estímulo ao Protagonismo Infantil na Escola- Um Relato de Experiências da Estratégia de Saúde da Família
Resumo
O ambiente escolar é um dos principais responsáveis pelo processo educativo, principalmente na infância. Estimular o aprendizado de bons hábitos desde os primeiros anos de vida é uma ferramenta importante na formação de cidadãos críticos, criativos, conhecedores e atuantes com relação aos direitos e deveres concernentes à saúde em seu aspecto mais amplo. O presente trabalho, trata-se de um relato de experiência da implementação de um projeto intitulado “renovAÇÃO” que realiza atividades educativas regulares em escolas públicas e privadas das áreas de abrangência do programa de saúde da família em Magalhães Bastos( bairro da CAP 5.1 do município do Rio de Janeiro) Tem-se como objetivo, através deste relato, fomentar informações sobre trabalho com crianças, compartilhando experiências dos reflexos deste no ambiente escolar e no núcleo familiar. Os temas são definidos de acordo com as necessidades expostas pelo professores e dados epidemiológicos da área. São trabalhadas mensalmente , de forma lúcida, através de teatro de fantoche com abordagem problematizadora, temáticas como higiene pessoal (com ênfase na pediculose),higiene bucal, higiene ambiental, direitos/deveres e dengue, com limitação de um tema por dia. O público alvo são os pré-escolares e escolares do 1º e 2º ano do ensino fundamental. A média de participantes são 40 crianças por apresentação. Durante a atividade, são feitas perguntas com o intuito de perceber o conhecimento prévio . Após a apresentação, abre-se para possíveis questionamentos, que são rebatidos para o grupo infantil e quando não elucidados no próprio grupo , são respondidos pelos “amigos bonequinhos”(fantoches). No desfecho, realiza-se atividade para fixação e avaliação do que foi apreendido. Faz-se, comumente, dinâmicas ou são ensinadas paródias sobre o tema do dia. A participação é, via de regra, bem ativa, porém, tem-se identificado pouco conhecimento ou conhecimentos distorcidos sobre os assuntos. Percebe-se, através das trocas,que as atividades promovem entretenimento, interação com a equipe de saúde da família e aprendizado. Através de relato dos professores e dos pais ( direta e/ou indiretamente) há mudanças de hábitos e de postura por parte das crianças, que insistem em seguir “a risca” as orientações recebidas pelos amigos bonequinhos, passando a ser verdadeiros “xerifes domésticos”. Enfim, é uma prática que tem, de fato, estimulado o protagonismo infantil, trabalhando, desde cedo, noções de saúde e cidadania para que, bem remotamente, percebam-se como sujeitos ativos no processo saúde-doença e valorizem os trabalhos de prevenção e promoção da saúde. A incrementação e manutenção desta prática, demonstra-se de grande relevância para mudar, a médio e longo prazos, a cultura passiva e curativista ainda arraigada em nossa população, culminando no fortalecimento do SUS.