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INTRODUÇÃO: No Brasil, o número de idosos cresce aceleradamente, representando atualmente 11% da população total do país. A utilização irracional de medicamentos neste grupo de indivíduos tende a gerar eventos e reações adversos bem como outros problemas de saúde, elevando direta e indiretamente gastos em saúde. Logo, propor e aplicar estratégias educativas voltadas à qualificação do uso de medicamentos por idosos são práticas necessárias para a melhoria da qualidade de vida desta população e otimização do sistema de saúde sob a ótica geriátrica.OBJETIVO: Descrever a aplicação de estratégias educativas de qualificação do uso de medicamentos por idosos usuários da atenção primária desenvolvidas nos níveis individual e coletivo.MATERIAL E MÉTODOS: As estratégias educativas foram desenvolvidas em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) do município de Divinópolis, MG, no período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012, tendo como público-alvo 150 idosos (60 anos ou mais) usuários de medicamentos da unidade.RESULTADOS E DISCUSSÃO: No nível individual, durante a dispensação, 60 idosos foram orientados pelo farmacêutico e acadêmicos de farmácia da Universidade Federal de São João del-Rei sobre o uso adequado de seus medicamentos. 90% dos pacientes relataram apresentar dificuldades em administrar seus medicamentos. Ao passo que, 70% não compreendem o receituário médico e 40% são analfabetos. 100% dos pacientes expressaram melhoria na condução da terapia medicamentosa após receber as orientações e relataram a importância do farmacêutico integrar a equipe de saúde na UAPS. No nível coletivo, foram realizadas quatro oficinas com grupos de idosos hipertensos e/ou diabéticos. Estes receberam informações relacionadas à condição de saúde e orientações acerca de medidas que contribuem para o sucesso da farmacoterapia como cuidados com armazenamento domiciliar de medicamentos e a importância de seguir o tratamento, bem como boas práticas de auto-monitorização de glicemia capilar. CONCLUSÃO: Apesar de não terem sido analisados os impactos clínicos das estratégias educativas, os dados do presente estudo demonstram a importância de iniciativas como as aqui apresentadas, bem como, a necessidade de acompanhamento da farmacoterapia geriátrica. O estudo aponta a necessidade da atuação do farmacêutico enquanto co-responsável pela farmacoterapia dos pacientes idosos e propagador de conhecimento global na área da terapêutica medicamentosa para qualificação da prescrição geriátrica na atenção primária.