Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Re-significação do Papel do Marcador de Consultas e Exames no Distrito Sanitário II, João Pessoa - PB
Rebecca Cabral Pereira, Candice Chiara Freire

Resumo


O Distrito Sanitário II (DS II) está localizado na região centro-oeste de João Pessoa e abrange os seguintes bairros: Rangel, Cristo Redentor, Geisel, Funcionários, João Paulo, Grotão e Gramame. Conta com 38 Equipes de Saúde da Família (ESF) e um Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS). Em 2005 foi implantado o Sistema de Regulação (SISREG) na cidade. Nesse período, os marcadores não tinham ESF de referência e trabalhavam em prédio único, onde a marcação ficava centralizada. Com a descentralização do SISREG em 2008, os treze marcadores do DS II foram relocados para os mesmos prédios das ESF. Assim, passaram a ter ESF de referência e lidar diretamente com essas equipes. Dentre as 38 ESF, apenas quatro estão localizadas numa região onde não há sinal de internet, o que não permite a lotação dos marcadores no mesmo prédio das ESF. Nesse caso, os marcadores permanecem trabalhando na sede do DS II. No ano de 2010 houve um grande avanço na descentralização da marcação no DSII, onde passou de 13 para 33 marcadores, reduzindo drasticamente a razão de marcadores por ESF. Diante desse avanço, percebeu-se a necessidade de acompanhar o processo de trabalho desses profissionais através dos encontros mensais com os mesmos, permitindo análises de indicadores e pactuações que vão desde a marcação dos procedimentos até a re-significação do papel do marcador. Compreendendo essa complexidade, o DS II realizou em 2010 e 2011 uma formação continuada com os 33 profissionais que fazem a marcação das suas ESF e CAIS. Nesses encontros foram abordadas temáticas que promovem a redescoberta do mundo do trabalho vivenciado a partir da realidade individual. Leva-se em consideração a educação problematizadora, exigindo de seus atores uma re-significação do seu papel. O processo de formação dos marcadores consistiu em nove encontros bimestrais, cada um com temática específica que abrange o processo de trabalho dos mesmos e permite reflexões a cerca do mundo do trabalho em saúde. Frente a esta re-significação, destaca-se um aumento nas possibilidades de atuação deste profissional na rede de saúde, como por exemplo: acesso livre do usuário ao profissional em questão, participação constante nas reuniões da ESF que marca e nas reuniões com a comunidade adscrita, visitas domiciliares em conjunto com o ACS na busca ativa dos usuários que faltam aos procedimentos agendados e na articulação com a Central de Regulação, bem como outros serviços da rede de saúde.