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O termo risco é usado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta a determinados fatores, ambientais ou hereditários, adquirir uma doença. (INCA, 2005) O termo fator de risco (FR) descreve aquelas características que, quando encontradas em indivíduos saudáveis, estão associadas de forma independente com a manifestação subseqüente de uma determinada doença. (SHENKER,MINAYO, 2005). Esses fatores podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural, sendo suas característica bioquímica, fisiológica ou de estilo de vida modificável, assim como características pessoais não-modificáveis, tais como idade, sexo e história familiar desse indivíduo. (MORIGUCHE, 2003). No Brasil cerca de 30 milhões de brasileiros têm hipertensão além de outros 12 milhões que ainda não sabem que possuem a doença. (BRASIL, 2006 ) e o conhecimento da distribuição dos fatores de risco (FR) para hipertensão arterial (HA) em grupos populacionais é uma das estratégias para a redução desse importante problema de saúde pública. (PASSOS et al, 2006). A estimativa do total de portadores de diabetes no Brasil sobre uma população de 184.000.000 é de 10.940.000, o equivalente a 5,9% da população total (NETTO, 2008) e embora ainda não haja uma cura definitiva para o diabetes, há vários cuidados disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador.O objetivo desse relato é descrever e analisar práticas educativas desenvolvidas com uma população adscrita a um módulo do Programa Médico de Família de Niterói, que possui grupo PET, com o objetivo de estimular a discussão sobre prevenção e controle dos fatores de risco para HA e DM. O PET-Saúde é um programa que visa fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial no âmbito da Estratégia Saúde da Família, caracterizando-se como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde, bem como de iniciação ao trabalho e vivências dirigidos aos estudantes das graduações em saúde, de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde – SUS. Utilizando metodologia descritiva exploratória do tipo participante, o grupo PET (preceptores e alunos) realizou o levantamento prévio de dados a partir dos registros nas Fichas de Gerências de hipertensos e diabéticos, a seleção de pacientes com baixa adesão ao tratamento (tempo longo entre consultas), a busca ativa e convite para o encontro em grupo, e a realização de grupos semanais no período de janeiro e fevereiro de 2012. Os temas foram selecionados e abordados pelos alunos a partir de discussões com a equipe e pesquisas em artigos e internet. Optou-se por iniciar as discussões com os fatores sedentarismo, obesidade, tabagismo, alimentação inadequada e dislipidemia. Material audio-visual de apoio aos encontros com os grupos foi construído. Na ótica dos usuários participantes, as práticas educativas desenvolvidas foram capazes de estimular: maior compreensão sobre a doença; interesse e satisfação com os grupos; possibilidade de expressar dúvidas, medos, experiências de vidas, dificuldades, anseios e problemas pessoais; e perspectiva de mudança do estilo de vida e maior adesão ao tratamento a partir da participação nos grupos. Na ótica dos alunos e preceptores, as práticas educativas favoreceram maior interação entre acadêmicos, equipe de saúde da família e comunidade; aprendizado de trabalho interdisciplinar ; percepção da contribuição de acadêmicos PET-Saúde nas atividades educativas desenvolvidas com pacientes de doenças crônicas.