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A estratégia de saúde de família prima por um modelo de atenção que visa prevenção, promoção e recuperação da saúde, utilizando-se de diversos dispositivos para tanto, sendo o grupo uma forma de trabalho que possibilita observar o individual e o coletivo. Tal dispositivo proporciona inúmeras formas de trabalhar questões referentes a saúde, porém os profissionais neste processo envolvidos devem atentar a cultura do sujeitos presentes no grupo, assim como sua realidade sócio-econômica e linguagem, para que as questões discutidas sejam de forma clara e significativa. Durante a Residência Integrada em Saúde com ênfase em Atenção Básica nos foi proporcionada a oportunidade de participar de diversos grupos, assim como criar alguns. Destacamos nesse trabalho aspectos refletidos nos núcleos profissionais de enfermagem e psicologia, além das discussões de campo. Pode ser observada a dificuldade de tornar o grupo um espaço de trocas, ainda configurando o modelo de palestras, no qual o profissional de saúde é o detentor do conhecimento e o usuário um mero depositário. Enquanto predominar esta postura nos profissionais dificilmente o saber do outro será valorizado e entendido como importante, o sujeito apesar de ser chamado de usuário mantém sua identidade de “paciente”, sendo passivo a vontade do trabalhador que elege a “necessidade” do usuário, prescrevendo assim o comportamento que por ele deve ser adotado, tornando assim apenas um espaço de reprodução de saberes técnicos e não de construção de conhecimento coletivo.