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Integração das equipes de saúde da família no tratamento diretamente observado da tuberculose
Resumo
Introdução: A estratégia do Tratamento Diretamente Observado (TDO) no Brasil iniciou-se em 1998 e tem sido implementada com sucesso em situações distintas. O (TDO) é realizado geralmente no domicílio do cliente ou no serviço de saúde. A OMS vem incentivando a implementação do (TDO) na estratégia da família visando favorecer a adesão do paciente e assegurar a conclusão desse tratamento, uma vez que esses dois aspectos ainda continuam sendo as maiores barreiras para o efetivo gerenciamento da tuberculose e a causa para o aumento de multidrogarresistência. O (TDO), enquanto tecnologia de gestão do cuidado para o controle da tuberculose constitui um conjunto de atividades voltadas para o planejamento do tratamento do cliente e da família com tuberculose a ser executada por uma equipe de saúde. Inclui as seguintes atividades: avaliar o perfil sócio-econômico do paciente e sua participação no plano terapêutico e adesão ao tratamento, observação da ingestão da medicação pelo profissional de saúde ou responsável pela supervisão, suporte psicológico ao doente e família, busca de sintomáticos respiratórios na família e contactantes, entrega de incentivos, monitoramento do estado de saúde do paciente através dos dados registrados no sistema de informações em saúde, dentre outras atividades. A tuberculose é uma doença curável em praticamente todos os casos novos sensíveis aos medicamentos anti-tuberculose, desde que obedecidos os princípios básicos da estratégia medicamentosa e a adequada operacionalização do TDO. A associação medicamentosa adequando as doses corretas e o uso por tempo suficiente são princípios básicos para o todo, evitando a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência dos fármacos, assegurando, assim, a cura do paciente. A esses princípios torna-se o TDO uma estratégia fundamental para assegurar a cura do paciente. Objetivo: divulgar o tratamento diretamente observado (TDO), realizado pelas equipes de saúde da família da Clínica da Família Maria de Azevedo Rodrigues Pereira. Método: o estudo foi realizado no bairro de Anchieta, RJ, mais especificamente na Clínica da Família Maria de Azevedo Rodrigues Pereira. A população do estudo constitui-se de 07 (sete) agentes comunitários de saúde que realizam diretamente a dosagem supervisionada da medicação. Com visita domiciliar marcada em comum acordo com cada paciente a medicação é feita de segunda a sexta-feira (não funcionamos nos finais de semana) as pessoas que lidam em casa com esses pacientes são sensibilizadas a fazer nesses dias. Aqui se faz necessário explicar que as doses de final de semana não são contabilizadas como dose efetiva de tratamento, sendo que tal fato não é comunicado para que essa parceria não se interrompa. Esse tipo de ação demanda tempo mínimo não implicando em sobrecarga para o agente de saúde. Resultado: Registramos no momento 01(um) caso de abandono de tratamento e 06 (seis) casos com plena adesão e confiança dos pacientes e seus próximos. Essa confiança aumenta quando o paciente pode de imediato informar ao agente comunitário de saúde alguns efeitos colaterais, que são levados ao médico de sua área e providências são tomadas para minimizá-los prontamente. A relação entre o profissional de saúde e o paciente gera um vinculo cada vez, mas eficaz. Conclusão: o tratamento diretamente observado (TDO) tem sua importância na quebra da cadeia epidemiológica da doença diminuindo o risco de transmissão constituindo-se importante ferramenta para a adesão terapêutica dos pacientes com tuberculose. Além disso, os agentes comunitários de saúde, no desempenho diário de suas atividades, conseguiram ir além do ato de ministrar a medicação ampliando sua capacidade de olhar e responder à realidade na qual se inserem. O momento da visita favoreceu o desenvolvimento de orientação enfocando aspectos relacionados à doença, hábitos de higiene do indivíduo, de moradia, ambiente, visando bloquear a transmissão da doença.