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A saúde mental perpassa todas as formas de atendimento ao usuário. É preciso atuar de forma integral, interdisciplinar, focado no fortalecimento da rede social para se obter uma saúde ampliada. A saúde mental ainda está aquém em um atendimento efetivo, eficaz e de qualidade no Brasil, a começar pela maneira incipiente e lenta em que esta vem sendo implantada. É imprescindível pensar cenários de práticas integrativas, construir planos terapêuticos, potencializar recursos sociais e articular junto aos gestores formas de consolidar a rede substitutiva em saúde mental, que visa assegurar o protagonismo e a autonomia de quem sofre de distúrbios psíquicos. Inserido nesse contexto, esse relato visa descrever uma experiência de trabalho conjunto em uma equipe de Estratégia de Saúde da Família no município de Porto Alegre/RGS/BRASIL, na comunidade Herdeiros, voltada para a promoção de saúde física e mental, com foco na qualidade de vida como direito a saúde e cidadania em uma comunidade com um perfil epidemiológico de extrema vulnerabilidade social. A partir desse panorama, a metodologia proposta foi a implantação de grupos interativos, cuja premissa básica foi construir um espaço de trocas de saberes, sentimentos e construção conjunta de um processo de saúde, a partir de uma demanda reprimida na comunidade. Após seis meses de implantação, os usuários relataram perda de peso, redução de pressão arterial e de medicamentos, internações psiquiatrias, aumento da auto-estima e novos ideais de vida. Os resultados são surpreendentes, visto que a comunidade vem reconhecendo a importância de pensar saúde de maneira coletiva e protagonizar a própria mudança.