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LINHA DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: O CUIDADO QUE EU PRECISO
Resumo
Este é um relato de experiência sobre a constituição de uma Linha de Cuidado Integral, visando o fortalecimento da Saúde Mental e Atenção Básica a partir da Política Estadual de Saúde Mental do Estado do Rio Grande do Sul. A Política Estadual de Saúde Mental tem sido constituída através da Linha de Cuidado: O cuidado que eu preciso. A Linha de Cuidado é entendida como o trabalho integrado entre serviços e recursos de uma rede. Isso significa acompanhar o caminho que o usuário faz, tendo o Projeto Terapêutico Singular – PTS como fio condutor e o usuário como o elemento estruturante da rede e da gestão do cuidado. Para isso, é imprescindível que gestores e trabalhadores possam aproximar-se das pessoas e tentar conhecê-las, compreender suas condições de vida e trabalho, suas concepções sobre saúde e doença e os fatores que prejudicam ou beneficiam sua saúde, sem perder de vista que esses processos são singulares. A Linha de Cuidado tem a Atenção Básica como ordenadora e o conjunto de estratégias é pensado a partir da demanda de cuidado do usuário, com base em uma avaliação de risco, reorganizando o processo de trabalho, com objetivo de facilitar o acesso do usuário às Unidades e Serviços aos quais necessita. Dessa forma, a Linha de Cuidado é fruto de um pacto a ser realizado entre todos os atores que gerenciam serviços e recursos assistenciais, pois o trabalho é integrado e não partilhado. Trata-se de, a partir do vínculo, acompanhar o caminho que o usuário faz dentro da rede. A política de Saúde Mental do Estado do Rio Grande do Sul tem o compromisso de dar continuidade ao processo de construção da Reforma Psiquiátrica em andamento no Brasil, amparada ainda pelos encaminhamentos da IV Conferência Nacional Intersetorial de Saúde Mental, realizada em 2010, e que reforça o entendimento da sociedade de que o cuidado das pessoas em sofrimento psíquico, bem como das pessoas que usam álcool e outras drogas, deve ocorrer em rede, destacando a intersetorialidade para superar os desafios que se apresentam no cotidiano. Pretende-se ainda contemplar estratégias para enfrentar esses novos desafios da Reforma Psiquiátrica, ou mesmo resgatar seus princípios de que não basta fechar os hospitais psiquiátricos e criar novos serviços, mas fortalecer a rede de atenção e principalmente incidir sobre o olhar da sociedade.