Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O acolhimento como ferramenta de organização do fluxo de entrada na Estratégia de Saúde da Família
Rafael Gamboa Longui

Resumo


Desde 1994, o Brasil investe na Saúde da Família, na época denominado Programa Saúde da Família, como estratégia de reorientação das práticas em saúde na Atenção Básica (CAMPOS, 2003). A partir de então, muitos foram os esforços na tentativa de tornar efetiva esta estratégia, já comprovadamente eficaz por modelos semelhantes experimentados mundialmente (STARFIELD). A construção de vínculo no Saúde da Família é uma ferramenta que estrutura a relação entre a população e a equipe, que se define na solidariedade por parte dos profissionais com as demandas dos usuários e pela capacidade de estabelecer uma relação humanizada, isto para Silva Jr. (1998) é chamado de acolhimento. Em outras palavras o acolhimento é o “conjunto de ações que fazem com que o indivíduo se sinta bem recebido pelo serviço em todos os locais e momentos”. (TAKEMOTO, 2002)Queiroz et al (2010) afirma que o acolhimento é uma estratégia para operacionalizar os princípios do SUS, principalmente a integralidade do cuidado, para que o usuário tenha sua necessidade atendida. O acolhimento nem sempre é visto de forma satisfatória pelos usuários de um ESF, que muitas das vezes queixam-se de ser acolhidos por um profissional que não seja o médico e isso acaba gerando cansaço, estresse para toda a equipe, uma vez que o acolhimento é importante para organizar o processo de trabalho da unidade, mas requer muita dedicação de todos os profissionais. (SOUZA, 2008).Para entender melhor como o acolhimento pode ser útil para o desenvolvimento de um acesso efetivo e de qualidade do paciente na Atenção Básica, através da Estratégia de Saúde da Família, temos como base a classificação de risco que auxilia na estratificação e direcionamento do atendimento do usuário dentro da unidade de saúde.Entendendo a importância da capacitação dos profissionais para um acolhimento efetivo, traçamos como objetivo deste trabalho um levantamento bibliográfico a respeito das estratégias de acolhimento nas unidades de Saúde da Família e as implicações deste para o desenvolvimento de um atendimento de qualidade na ESF. Concluímos que a implantação da classificação de risco no acolhimento assume relevância ao poder gerar vários benefícios para o atendimento, como a diminuição da ansiedade dos profissionais e usuários, melhoria das relações interpessoais na equipe de saúde, padronização de dados para estudos, pesquisas e planejamentos, e aumento da satisfação do usuário, uma vez que este será atendido de forma mais rápida e efetiva, mudando o foco da doença para o doente em uma abordagem integral do indivíduo. É importante salientar que a atualização dos profissionais de saúde permite a reflexão sobre o acolhimento com classificação de risco na unidade básica de saúde, em relação ao atendimento ao usuário.