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O apoio matricial em saúde mental é uma importante estratégia clínica pedagógica utilizada para melhorar a capacidade de identificar e resolver problemas mentais e psicossociais, tendo como objetivo o aprimoramento da tarefa assistencial. O Objetivo deste trabalho é analisar, a partir da prática de matriciamento em saúde mental e do relato de caso, o atendimento de uma paciente com variadas queixas físicas sem explicação médica, acompanhada por uma equipe de saúde da família. A metodologia utilizada foi o compartilhamento de ações e conhecimentos entre profissionais de saúde da família e saúde mental, através de ferramentas metodológicas como, por exemplo, a consulta conjunta, a visita domiciliar conjunta e a discussão do caso com a equipe de saúde da família. A paciente em acompanhamento pela equipe de referência mora ao lado do módulo de saúde da família. Este módulo está localizado em comunidade situada na região portuária do Rio de Janeiro e apresenta inúmeros problemas sociais e de violência urbana. Durante algum tempo realizou várias consultas sem apresentar melhora do quadro clínico. Também apresentava dificuldades de adesão ao tratamento de diabetes, apesar das orientações médicas e insistente procura por atendimento. A médica estava bastante angustiada com as dificuldades na condução do caso e solicitou ajuda da matriciadora. Para reduzir as dificuldades encontradas pela médica no atendimento desta paciente o caso foi discutido com o profissional de saúde mental e foi agendada consulta conjunta para avaliação ampliada do caso e visita domiciliar. Para a paciente foi criada a possibilidade de falar sobre seus problemas e para a médica a presença do profissional de saúde mental gerou uma certa segurança e maior entendimento do manejo clínico do caso. Compreendendo a complexidade da dinâmica psíquica, percebemos que a relação terapêutica estabelecida com a médica permitiu à paciente avaliar o impacto causado pelos acontecimentos marcantes da sua vida e a sua relação com as queixas somáticas. Desta forma, foi possível o aprofundamento da avaliação clínica e abordagem dos aspectos psicossociais da vida da paciente, permitindo a diminuição da utilização inadequada dos serviços médicos e um prognóstico mais satisfatório para o caso.