Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Oficina com Agentes Comunitários de Saúde: a utilização das Fichas B
Fernanda Cajuhy Santos, Camilla Suany Oliveira Almeida, Filippo Arcury Neto

Resumo


Durante a prática da disciplina Gestão do Sistemas e Serviços de Saúde numa unidade de Saúde Família em um município de Salvador dos estudantes, foi relatado aos estudantes da graduação em enfermagem da Universidade Federal da Bahia pelos profissionais da unidade, que poucos agentes comunitários de saúde (ACS) estavam realizando o preenchimento das fichas B. Essa ficha é um importante instrumento para o acompanhamento de gestantes e pessoas com hipertensão, diabetes hanseníase e tuberculose. Foi realizada, então, uma oficina com os ACS durante o período de prática, com o objetivo de conhecer o motivo para o não preenchimento das fichas B e a partir disso, pactuar a inclusão do preenchimento das mesmas na rotina dos ACS . No primeiro momento da oficina foi realizada uma dinâmica de apresentação e no segundo foi apresentada uma situação problema para nortear a discussão. A situação problema mostra que os dados do SSA2 referentes aos hipertensos e diabéticos acompanhados pelos ACS estavam com números bastante reduzidos (esses dados são oriundos das fichas B), quando comparado ao número de atendimento médico e de enfermagem dos usuários com as referidas patologias no mesmo período no PMA2. A oficina foi bastante produtiva, pois todos os agentes tiveram participação ativa na discussão. Dois pontos marcantes na discussão foram: o reduzido número de ACS na unidade e a realização de poucas reuniões de equipe para o acompanhamento do preenchimento das fichas e o compartilhamento de novos casos dos agravos entre a equipe. Percebeu-se que os ACS têm grande conhecimento sobre a proposta do Programa de Saúde da Família (PSF) e além disso,os mesmos relataram que a unidade tem trabalhado sem valorizar atividades, como as visitas domiciliares, as atividades educativas e as reuniões em equipe, priorizando a realização de consultas. Notamos o quanto é importante reconhecer a causa de um determinado problema e, assim, poder atuar de maneira resolutiva sobre as diversas situações. Dessa forma, a oficina, foi um momento de troca de experiências entre os estudantes e ACS, além disso, os agentes puderam expor suas inquietações sobre os diversos obstáculos encontrados na Unidade. Ficou bastante claro que os profissionais ainda têm grande dificuldade de colocar em prática o que é proposto o pelo PSF, e acabam desenvolvendo atividades ainda focadas nas consultas e nas práticas curativas.