Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO TRATAMENTO SUPERVISIONADO DA TUBERCULOSE NA COMUNIDADE DA ROCINHA, RJ: UM OLHAR DO ENFERMEIRO
Gláucia Lemgruber Schuabb, Fabiana Barbosa Assumpção de Souza, Tereza Cristina Scatena Villa, Antonio Ruffino Netto, Pedro Fredemir Palha, Lenilde Duarte de Sá

Resumo


INTRODUÇÃO A tuberculose (TB) mantém-se como sério problema de saúde pública no Brasil e a comunidade da Rocinha possui uma das mais altas taxas de incidência de TB do país (386/100.000 habitantes). Destaca-se como um sofrimento que afeta principalmente as pessoas que vivem as desigualdades existentes no país. A participação da população torna-se importante, devido ao fato que seus atores se tornam capazes de apontar os problemas e as soluções relativas às suas reais demandas. OBJETIVOS Identificar e analisar a atuação dos movimentos sociais no Tratamento Supervisionado (TS) da TB na comunidade da Rocinha, na percepção dos enfermeiros. MÉTODO Abordagem qualitativa por meio da análise de discurso. Entrevistas semi-estruturadas, com vinte e cinco enfermeiros das equipes de saúde da família da Rocinha e um enfermeiro gerente vinculado ao Programa de Controle de TB. O software Atlas-ti 6.0 permite a criação de um banco de dados que possibilitará codificar as falas segundo as categorias de análise. RESULTADOS PARCIAIS Nas Clínicas de Saúde da Família da Rocinha possuem enfermeiros que tanto têm conhecimento quanto desconhecem a existência de movimentos sociais que realizam atividades em prol da TB na comunidade. A maioria dos enfermeiros já ouviu falar sobre um movimento social que trabalha com a reinserção de ex-pacientes de TB na sociedade, porém não mantêm contato com o mesmo, principalmente, devido à grande demanda e intensa jornada de trabalho do enfermeiro na ESF da Rocinha. Os entrevistados reconhecem o seu papel de enfermeiro das equipes de saúde da família como movimento social, pelo fato de realizarem atividades de promoção e prevenção da TB no seu dia-a-dia. Já em relação ao TS, os enfermeiros relatam não existir participação de movimentos sociais nesse processo, que se estabelece apenas entre o agente comunitário de saúde e o paciente. Os entrevistados apontam como relevante a participação social para o controle da TB, afirmando que os movimentos sociais são importantes à medida que fazem o elo da comunidade com a equipe de saúde, num movimento de mão dupla no qual resgata questionamentos e dúvidas da comunidade e, empoderado, divulga e promove saúde para a comunidade. CONCLUSÃO PARCIAL Os entrevistados expuseram que apesar de não existirem movimentos sociais que atuem no tratamento supervisionado da tuberculose na Rocinha, reconhecem à contribuição da inserção de grupos representativos da sociedade no combate a TB na comunidade.