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PERFIL DOS USUÁRIOS PÓS-ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ADSCRITOS À SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
Resumo
INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um déficit neurológico cuja incidência vem crescendo devido às mudanças no estilo e expectativa de vida da população. Provoca grande impacto no indivíduo, família e sociedade, que se reflete na saúde pública, por ser a principal causa de incapacidades neurológicas em adultos e por gerar altos custos com seu tratamento a curto e longo prazo. OBJETIVO: Traçar o perfil sócio-demográfico e clínico dos usuários pós-AVC, adscritos à Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de João Pessoa-PB. METÓDOS: Trata-se de um estudo quantitativo e transversal, realizado com 140 sujeitos de ambos os sexos e idade igual ou superior a 18 anos, acometidos por AVC no período de 2006 a 2010 e assistidos pela ESF. Os dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007 e analisados a partir do software SPSS 15.0, com nível de significância de 5%. Para a construção do perfil da amostra foram calculadas as prevalências das variáveis socioeconômicas e clínicas, de interesse deste estudo, e seus respectivos intervalos de confiança a 95% na população total entrevistada. RESULTADOS: A amostra apresentou-se homogênea quanto ao sexo, com predomínio para o feminino (n=73, 52,1%), faixa etária igual ou superior a 60 anos (n=103, 73,6%), alfabetizados (n=84, 60%), casados (n=90, 64,3%) e com renda mensal familiar entre 1 a 2 salários mínimos (n=69, 49,3%). O principal diagnóstico autoreferido foi hipertensão arterial (n=121, 86,4%). O consumo regular de álcool e o hábito de fumar foram relatados por 20,7% (n= 29) e 16,4% (n= 23) da amostra, respectivamente. No que se refere aos aspectos clínicos do AVC, 47,1% (n=65) não souberam informar por qual tipo foi acometido, entretanto o hemorrágico mostrou-se mais prevalente do que o isquêmico, sendo representados por 40,0% (n= 56) e 12,9% (n=18), respectivamente. Quanto ao número de acometimentos, 65,7% (n=92) dos entrevistados declararam ter tido um episódio, e não houve diferença significante para o lado afetado, tendo 44,3% (n=62) comprometimento do hemicorpo direito e 41,4% (n=58) do esquerdo. Apenas 4,3% (n=6) da amostra foram acometidas em ambos os lados. CONCLUSÃO: O estudo deu visibilidade ao contexto de quem sofre pelas suas sequelas no âmbito da Atenção Primária à Saúde, e pode contribuir nas discussões e a formulação de políticas públicas no sentido de favorecer cuidados integrais e resolutivos.PALAVRAS–CHAVE: Acidente Cerebral Vascular, Programa Saúde da Família, Perfil de Saúde, Atenção Primária a Saúde.