Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRÁTICAS POPULARES DE CUIDADO À SAUDE DE CRIANÇAS DE 0 1 ANO EM COMUNIDADE QUILOMBOLOBA
Cínta Dias Gomes, Aisiane Cedraz Morais, Climene Laura de Camargo, Mariana Matias Santos

Resumo


Caracterização do problema: O cuidado à criança em suas diversas fases de crescimento e desenvolvimento envolve uma série de fatores, tais como: percepção dos pais a cerca das necessidades das crianças, recursos utilizados neste cuidado, influências sociais e culturais, acesso a serviços de saúde e outros aspectos que interferem no processo do cuidar. Ressalta-se que no contexto domiciliar do cuidado à criança, a mãe, enquanto detentora de saberes e práticas, assume um papel importante neste processo. Portanto, estes saberes e práticas de cuidados precisam ser conhecidos para, posteriormente, serem aceitos e validados pelos profissionais de saúde. Neste sentido, o Grupo de Estudos sobre a Saúde da Criança e do Adolescente (CRESCER) da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA), financiado pela Pró Reitoria de Assistência Estudantil (PROAE), desenvolveu atividades de pesquisa e extensão na comunidade de Monte Recôncavo em São Francisco do Conde-BA. Descrição da experiência: Foram realizadas rodas de conversa com as mães que freqüentam o serviço de Puericultura na Unidade de Saúde local, adotando uma linguagem simples e de fácil compreensão, utilizando os recursos de seriados, filmes e bonecas. Buscou-se levar novas informações, conhecimentos para esta comunidade, porém, sempre respeitando e valorizando as práticas populares já existentes na cultura local. Efeitos alcançados: Tal atividade contribuiu para a formação profissional, crítica e pessoal dos graduandos de Enfermagem, possibilitando identificar como as crianças de comunidades quilombolas são cuidadas e quais as práticas populares interferem neste cuidado. Contribui também na capacidade planejar atividades educativas que atendessem as necessidades da comunidade e ao mesmo tempo em que contemplasse seus valores culturais, bem como na execução de práticas de cuidados adquiridas na graduação. As atividades possibilitaram a interação, troca de saberes e conhecimentos adquiridos com a experiência da prática pelas mães e/ou passada através de gerações. Recomendações: Para a formação de profissionais críticos e atuantes no atendimento a populações com características singulares, faz se necessário o contato prévio com o cotidiano desta comunidade e o entendimento de seus fatores culturais, por meio de entrevistas e rodas de conversa, visto que a discussão relacionada à saúde da população negra na academia ainda é restrita.