Tamanho da fonte: 

A prevalência crescente da obesidade em crianças é um problema de saúde pública significante e alarmante, principalmente na faixa etária dos 6 a 11 anos de idade e nas famílias de baixa renda. A obesidade pode ser definida a partir do índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que o percentil 95 para idade e sexo de acordo com a recomendação de Himes (1994), utilizando as tabelas de Anjos (1998). De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saude), o método mais apropriado para acompanhar o desenvolvimento de uma criança é por meio do registro periódico do peso no cartão da criança. As curvas de crescimento provenientes desses registros norteiam o estado nutricional do aluno ( Silva e Mura, 2007). A antropometria é considerada o método mais útil para identificar a obesidade, por ser acessível, não invasivo, universalmente aplicável, e com boa aceitação pela população. Índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas (peso, sexo, idade, altura) (Abrantes, Lamounier e Colosimo, 2002). Quanto mais tempo uma criança estiver com sobrepeso, mais provável é que o estado continue na adolescência e fase adulta. As conseqüências deste distúrbio na infância são as dificuldades psicossociais como discriminação, auto-imagem negativa, depressão e socialização diminuída e ainda o aumento de risco de doenças cardiovasculares como hiperlipidemias, hipertensão e a possibilidade de desenvolver o diabetes tipo 2 causando um impacto na vida adulta podendo evoluir para outras doenças crônicas. Este trabalho tem por objetivo descrever a prevalência de obesidade em uma amostra representativa de alunos de 151 escolas municipais inseridas no Programa Escolas do Amanhã e apresentar ações de prevenção voltadas para a promoção de saúde dos escolares. Foram iniciadas avaliações antropométricas em, aproximadamente, 109.000 alunos inseridos neste Projeto. A partir da análise dos dados, o grupo identificado com sobrepeso e obesidade será encaminhado para tratamento nos serviços de saúde do SUS que apresentam programas de reeducação alimentar. O Programa Saúde nas Escolas (PSE) propõe ações de prevenção da obesidade em escolares da rede pública que abarcam atividades realizadas por técnicos de educação e saúde que estão lotados durante 36 horas semanais dentro das escolas, promovendo ações educativas voltadas para o tema da alimentação saudável e incentivo à atividade física que em conjunto, exercem um impacto na melhoria da qualidade de vida da população.