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PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO EM CRIANÇAS COM PARASITOSES INTESTINAIS DE UMA COMUNIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO
Resumo
INTRODUÇÃO. As doenças parasitárias são resultantes da clássica tríade epidemiológica, da interação entre o hospedeiro, parasito e meio ambiente. Quanto ao primeiro, os fatores predisponentes incluem: idade, estado nutricional, fatores genéticos, culturais, comportamentais e profissionais. As condições ambientais e sociais associadas irão modular a ocorrência da doença. Assim, a prevalência de uma dada parasitose reflete deficiências de saneamento básico, qualidade de vida, higiene pessoal e coletiva. A infecção em crianças jovens é mais comum por meio da via oral–fecal, sendo águas e alimentos contaminados os principais veículos de transmissão. Nesse grupo, por apresentarem frequentemente hábitos higiênicos precários e imunidade imatura, o parasitismo intestinal torna-se mais frequente e relevante, inclusive pela possibilidade de redução da absorção intestinal, levando à perda ponderal e influenciando no crescimento e desenvolvimento. OBJETIVOS. Caracterizar o perfil epidemiológico e propor intervenções relativas à parasitose intestinal em crianças entre 1 a 10 anos. MÉTODOS. Pesquisa ecológica exploratória e qualitativa na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Luzia (Parnaíba-PI) no período de 24 de fevereiro a 02 de março de 2012. Baseou-se em visitas domiciliares, rodas de conversa e grupos de discussão entre gestores, estudantes, profissionais, líderes comunitários. RESULTADOS. Observaram-se hábitos higiênicos precários, como manuseio inadequado de alimentos; contato direto com o solo contaminado; saneamento básico rudimentar e desconhecimento da importância do consumo de água filtrada. Tais fatores são mais agravantes em crianças de menor faixa etária, devido ao seu sistema imunológico imaturo e peculiaridades de seu desenvolvimento cognitivo definidores de traços comportamentais, Como propostas de intervenção, propõe-se a realização de mutirões de promoção e prevenção da saúde, como atividades sócio-educativas, incentivo ao autocuidado e melhores condições sanitárias. Além disso, com o intuito de divulgar medidas preventivas e de controle às parasitoses, torna-se fundamental a capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACSs). CONCLUSÃO. Percebe-se que parasitose intestinal é problema multifatorial de forte apego socioeconômico e cultural que sobrevive na iniquidade social. Ações que visem efetividade devem centrar-se em reformas estruturais nesses eixos voltadas à promoção e prevenção da saúde.