Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO EM CRIANÇAS COM PARASITOSES INTESTINAIS DE UMA COMUNIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO
Bruna Rodrigues Barbosa, Maiara Carvalho Nogueira, Paulo Filho Soares Marcelino, Manoel Guedes de Almeida, José Ivo dos Santos Pedrosa

Resumo


INTRODUÇÃO. As doenças parasitárias são resultantes da clássica tríade epidemiológica, da interação entre o hospedeiro, parasito e meio ambiente. Quanto ao primeiro, os fatores predisponentes incluem: idade, estado nutricional, fatores genéticos, culturais, comportamentais e profissionais. As condições ambientais e sociais associadas irão modular a ocorrência da doença. Assim, a prevalência de uma dada parasitose reflete deficiências de saneamento básico, qualidade de vida, higiene pessoal e coletiva. A infecção em crianças jovens é mais comum por meio da via oral–fecal, sendo águas e alimentos contaminados os principais veículos de transmissão. Nesse grupo, por apresentarem frequentemente hábitos higiênicos precários e imunidade imatura, o parasitismo intestinal torna-se mais frequente e relevante, inclusive pela possibilidade de redução da absorção intestinal, levando à perda ponderal e influenciando no crescimento e desenvolvimento. OBJETIVOS. Caracterizar o perfil epidemiológico e propor intervenções relativas à parasitose intestinal em crianças entre 1 a 10 anos. MÉTODOS. Pesquisa ecológica exploratória e qualitativa na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Luzia (Parnaíba-PI) no período de 24 de fevereiro a 02 de março de 2012. Baseou-se em visitas domiciliares, rodas de conversa e grupos de discussão entre gestores, estudantes, profissionais, líderes comunitários. RESULTADOS. Observaram-se hábitos higiênicos precários, como manuseio inadequado de alimentos; contato direto com o solo contaminado; saneamento básico rudimentar e desconhecimento da importância do consumo de água filtrada. Tais fatores são mais agravantes em crianças de menor faixa etária, devido ao seu sistema imunológico imaturo e peculiaridades de seu desenvolvimento cognitivo definidores de traços comportamentais, Como propostas de intervenção, propõe-se a realização de mutirões de promoção e prevenção da saúde, como atividades sócio-educativas, incentivo ao autocuidado e melhores condições sanitárias. Além disso, com o intuito de divulgar medidas preventivas e de controle às parasitoses, torna-se fundamental a capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACSs). CONCLUSÃO. Percebe-se que parasitose intestinal é problema multifatorial de forte apego socioeconômico e cultural que sobrevive na iniquidade social. Ações que visem efetividade devem centrar-se em reformas estruturais nesses eixos voltadas à promoção e prevenção da saúde.