Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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REABILITAÇÃO PÓS-AVE: A QUESTÃO DO ACESSO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB.
Kelienny de Meneses Sousa, Angely Caldas Gomes, Danyelle Nóbrega de Farias, Mariama Ribeiro de Carvalho, Hermínio Rafael Lopes Batista, Kátia Suely Queiroz Silva Ribeiro, Geraldo Eduardo Guedes Brito, Robson da Fonseca Neves

Resumo


Introdução: O AVC (Acidente Vascular Cerebral) vem sendo caracterizado como principal causa de mortalidade, internações e deficiência, acometendo principalmente a faixa etária acima da quinta década de vida. O AVC é decorrente de alterações no suprimento sanguíneo encefálico, podendo causar déficits ao nível das funções sensório-motoras e da linguagem, resultando em paralisias no hemicorpo contralateral à lesão no cérebro. Objetivos: Caracterizar o acesso à reabilitação dos usuários acometidos por AVC no Sistema Único de Saúde, nas áreas de abrangência do Programa de Saúde da Família no município de João Pessoa - PB, correlacionando-o com os aspectos clínicos da doença. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal com indivíduos acometidos por AVC no período de 2006 a 2011, cobertos pelo Programa Saúde da Família. A coleta de dados foi realizada junto a 143 usuários através de um instrumento formulado pelos pesquisadores contendo os aspectos sócio-demográficos, clínicos e os relacionados ao acesso e ao tratamento do AVC. Os dados obtidos foram tabulados e analisados a partir do software EPI INFO ™, versão 3.5.1. Resultados: Dos usuários entrevistados 67,1 % fizeram reabilitação pós – AVE, contra 32,9 % que não tiveram nenhum tipo de reabilitação. Entre os que tiveram reabilitação, 67,4 % deu inicio a reabilitação logo nos primeiros 6 meses, 6,3 % de 7 a 12 meses, 23,2 % iniciou após 13 meses ou mais e por fim 3,2 % alegaram não saber o tempo entre o episódio de AVE e o início da reabilitação. No tocante ao local da reabilitação, 40% realizaram por maior tempo no domicílio, 50,5 % no centro de reabilitação e 9,5 no hospital. Os principais profissionais envolvidos na reabilitação foram Fisioterapeutas e Fonoaudiólogos com respectivamente 97,9 % e 26,3 %. Quanto ao período de tempo em tratamento na reabilitação, 42,2 % realizou de 0 a 11 meses, 24,3 % realizou de 12 meses ou mais. Conclusão: A cronicidade do AVC requer continuidade de tratamento e atendimento multidisciplinar, objetivando a melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida destes usuários. Sendo assim, percebe-se a necessidade de repensar atitudes e posturas para formulação de equipes multiprofissionais eficientes e focadas no desenvolvimento integral do usuário, bem como a introdução da reabilitação pós-hospitalar com foco na Atenção Primária e a necessidade da reabilitação contínua para manutenção da capacidade funcional de usuários acometido por AVC. Palavras-chave: Acesso, AVE, Reabilitação, Atenção Primária à Saúde.