Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Relato de Experiência: Adolescentes e Atividade Sexual Precoce em uma Unidade Basica ds Zona oeste, RJ
Marsselle Gouvêa Rabelo, Adriana Vianna Costa Porto, Maria Regina Bernardo da Silva

Resumo


UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO Relato de experiência : Adolescentes e Atividade Sexual Precoce em uma Unidade Básica de Saúde na Zona Oeste RJ Adriana Vianna Costa Porto 1 Marsselle Gouvêa Rabelo 2-Maria Regina Bernardo da Silva 3,41-2 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Castelo Branco ,RJ 5º período3-Mestre em Saúde da Família Unesa , RJ4- Professora do Departamento de Saúde Coletiva Universidade Castelo Branco RJContato email avcporto@hotmail.com m.regina2000@uol.com.br telefone: 21 87777004 21 78309719 RESUMOA pesquisa apresenta um relato de experiência de acadêmicos de enfermagem com adolescentes de 11 a 18 anos o qual versava oferecer conhecimentos e retirar duvidas sobre a sexualidade e gravidez precoce , em uma unidade básica de saúde na zona oeste, RJ, com o objetivo de fornecer informações, alem de promover discussão sobre uso de métodos contraceptivos , preventivos , reflexão sobre a sexualidade precoce e as conseqüências de uma gravidez não planejada. Adotou-se uma metodologia de observação participante com os adolescentes onde os acadêmicos e profissionais de saúde desenvolveram dinâmicas e palestras discutindo dúvidas sobre sexualidade e anticoncepção, como resultado verificou se a necessidade do nível de orientação dos adolescentes participantes, favorecendo a adoção de práticas de comportamento preventivo, conhecimento do seu corpo e as modificações ocorridas na adolescência. Observou-se a necessidade de melhora do acesso aos adolescentes na busca pelas respostas que possibilitam uma visão de vida com responsabilidade além da manutenção do vínculo profissional e adolescente. O sucesso da ação educativa esta vinculada á capacidade que o acadêmicos de enfermagem têm do acesso e de conquistar a confiança desses adolescentes, junto com a equipe da Unidade Básica de Saúde.Descritores adolescente, sexualidade precoce , prevenção. INTRODUÇÃO: A adolescência é conceituada como uma fase de desenvolvimento do ser humano situada entre a infância e a idade adulta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adolescência é delimitada cronologicamente como a fase dos 10 aos 19 anos. Do ponto de vista social, a adolescência corresponde ao período da vida na qual o indivíduo perde direito e privilégios de criança e começa a assumir direitos e responsabilidades de adulto1. O ministério da saúde também assegura que o desenvolvimento sexual do adolescente sofre influências de si próprio, da família, de sua cultura e de seus companheiros, sendo a pressão do grupo talvez, o fator mais poderoso para determinar seu comportamento. A transição para a fase adulta faz-se mais tranqüila quando o adolescente esta informado sobre a sua sexualidade. Para isso, o adolescente necessita de informações sexuais de maneira clara, imparcial e calçadas na realidade2. Cabe ressaltar que a incidência de adolescentes grávidas vem aumentando significamente no Brasil e no mundo. A gravidez poderia expressar aparentemente a liberdade do exercício precoce, bem como causas sociais, psíquicas e econômicas que estão envolvidas no universo adolescente3. A iniciação sexual precoce entre os adolescentes tem acarretando uma preocupação cada vez maior entre profissionais de saúde, pais e professores em decorrência da falta de conhecimentos sobre a concepção e uso de contraceptivos4.O início da atividade sexual com envolvimento genital acontece, em geral, durante a adolescência e, na atualidade, têm ocorrido em idades mais precoces, o que pode resultar em gestações não esperadas e doenças sexualmente transmissíveis (DST). Fatores biológicos, psíquicos, sociais, entre outros, interferem na sexualidade. A baixa idade da menarca/semenarca pode favorecer a antecipação do primeiro coito, já que os hormônios pubertários intensificam o desejo sexual. Em relação ao desenvolvimento psíquico, a adolescência é uma fase de definição da identidade sexual, em que há experimentação e variabilidade de parceiros5.OBJETIVO: . Fornecer informações, além de promover discussão sobre uso de métodos contraceptivos, preventivos, reflexão sobre a sexualidade precoce e as conseqüências de uma gravidez não planejada.METODOLOGIA: Foi utilizada a técnica de observação participante é definida como um processo pelo o qual se mantém a presença do observador numa situação social com a finalidade de realizar uma observação científica, na qual o observador está em relação face a face com os observados.Ao participar da vida deles no cenário cultural colhe dados e se torna parte do contexto sob a observação, ao mesmo tempo modificando e sendo modificado.6 A atividade foi realizada com adolescentes de 11 a 18 anos de idade, ambos os sexos, em uma unidade básica de saúde no bairro de Magalhães Bastos na cidade do Rio de Janeiro, durante o período de Março a junho de 2011. São vários os motivos para a procura, da unidade de saúde pelos adolescentes e observamos no dia a dia que é grande a procura pela Unidade, com dúvidas em relação à contracepção e a forma adequada de utilizar.E os adolescentes apresentam muitas dúvidas em relação à sexualidade e ocorrência de gravidez indesejada. Foi iniciada atividades educativas semanais com 10 adolescentes com dinâmicas e palestras onde eles perguntavam as suas dúvidas por escrito ou verbalmente, e eles foram os multiplicadores para as novas atividades na unidade. Até o final da atividade no semestre foram feitas atividades com 28 adolescentes. Os acadêmicos de enfermagem fizeram uma programação com a equipe de enfermeiros da unidade para desenvolver as atividades que foram contínuas em todo o período letivo escolar.RESULTADO DA DISCUSSÃO: A proposta foi de esclarecer e informar sobre assuntos de sexualidade, e construir um vínculo estabelecendo um clima de confiança e compromisso com esses adolescentes, para que eles fossem informados que a Unidade de Saúde é uma referência para suas dúvidas e esclarecimentos, onde eles podem confiar e encontrar fonte segura para as informações foi feito esclarecimento sobre a Saúde sexual, reprodutiva e abordado também sobre drogas. Foi esclarecido que existe uma porta de entrada com acolhimento e com uma equipe onde, eles podem ser atendidos com o mesmo profissional que teve o primeiro contato, assim criando um vinculo maior e confiança com este profissional. Os adolescentes que procuraram a unidade de saúde sempre vão acompanhados de um colega, à medida que chegavam eram feitos pequenos grupos e solicitados para retirarem as dúvidas, alguns fizeram perguntas espontaneamente outros por escrito. Os acadêmicos participaram ativamente respondendo às perguntas, utilizando linguagem simples e acessível, com ética, respeito, demonstrando domínio, em um clima de empatia e confiança aproveitando ao máximo aquele contato inicial para estimular aqueles adolescentes a pensarem em seus valores, nas suas vidas e atitudes. Estes contatos voltaram-se para o favorecimento do acesso a informações sobre comportamentos preventivos referentes à sexualidade, quanto ao planejamento familiar e sua importância para vida reprodutiva, e nos colocamos a disposição para qualquer esclarecimento com sigilo. Observamos a necessidade de orientar estes adolescentes, pois muitos já tinham iniciado sua atividade sexual de forma aleatória e sem conhecimento do funcionamento do seu corpo, e ainda existe o fato de que alguns adolescentes “têm a certeza de que” não engravidam na primeira relação sexual” e o medo de contar aos pais sobre a primeira relação sexual e/ou que já esta tendo atividade sexual”. Portanto observamos a necessidade de trabalhar em uma equipe multiprofissional para maior integralidade nas ações. E também a necessidade de aumentar a captação dos adolescentes da área e não ficar esperando apenas a demanda espontânea. Disponibilizar os métodos existentes com integralidade das ações e reorganizar os horários para facilitar o acesso destes adolescentes. Foi observado que a gravidez durante a adolescência, especialmente naquelas muito jovens, eleva os riscos de mortalidade materna, de prematuridade e de baixo peso ao nascer. Além das conseqüências físicas, para a jovem e o bebê, existem as conseqüências psicossociais, entre as quais a evasão escolar e falta de perspectiva de melhora das condições sócio econômicas.CONCLUSÃO: A partir da observação feita pelas acadêmicas de enfermagem na unidade de saúde, das mudanças que ocorrem diante da perda da identidade de alguns adolescentes são visíveis, iniciando a fase adulta precoce. As mudanças dos adolescentes devem ser acompanhadas pela família que deve estar presente tanto para menina, quanto para o menino, pois é uma fase em que surgem dúvidas sobre o que está acontecendo com o corpo e a família deve ter um diálogo franco e claro com os filhos e uma estrutura bem planejada a fim de não facilitar a ocorrência da iniciação sexual , a gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis (DST). O sucesso desta ação educativa esta vinculada á capacidade que o acadêmicos tiveram do acesso e da conquista da confiança desses adolescentes, junto a equipe da Unidade Básica de Saúde.REFERÊNCIAS: 1- SILVA, Gabriela Luiza da; Biffi, Eliana faria de Angelici; Giuliani, Carla Denari Fatores que contribuem para a ocorrência da gravidez na adolescência. Caderno espaço feminino, v.18, n.2, ago/dez, 2007.2-BRASIL ministério da saúde. Secretaria de políticas de saúde. Área de saúde do adolescente e do jovem. Juventude de desenvolvimento. V.01, Brasília-DF, ago 1999.3-SANTOS Cristiane Albuquerque C. dos; Nogueira, Kátia Telles. Gravidez na adolescência: falta de informação. Adolescência&Saúde, v.6, n.1, abril, 2009.4-CANO, Maria aparecida Tedeschi; Ferriani, Maria da graça Carvalho; Gomes, Romeu. Sexualidade na adolescência: o estudo bibliográfico. Revista Latino Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 18-24, abril 2000.5-TAQUETTE, Stella R.; Vilhena, Marília Mello de. Uma contribuição ao entendimento da iniciação sexual feminina na adolescência. Psicologia em estudo, Maringá, v.13, n.1, p.105-117, jan/mar, 2008.6-Minayo.MCS.O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde.Rio de Janeiro: Abrasco;2004.