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Reunião da Integralidade: um espaço potencializador de coletivos
Resumo
Esse é um relato de experiência da Formação de Coletivos Organizados na perspectiva das linhas de formação e atenção em saúde, visando o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado do Rio Grande do Sul (RS), a partir da Reunião da Integralidade (RI). A RI iniciou em 2002 como um espaço de trocas e construções no âmbito do SUS, protagonizado inicialmente pelo Centro de Referência em Redução de Danos (CRRD) da Escola de Saúde Pública do RS (ESP), Seção Estadual de Saúde Mental e Seção de Controle de DST/Aids. Estes encontros iniciaram a partir da demanda de discutir o cuidado quanto ao uso problemático de álcool e outras drogas, sob a diretriz da RD. Com o tempo, o espaço sofreu várias transformações, que dizem respeito aos efeitos produzidos pelos diferentes modos de fazer gestão, inspirando-se no Quadrilátero de Formação em Saúde, que contempla a interação dos quatro eixos do SUS – educação, atenção, gestão e controle social – como elementos analisadores para pensar a Educação Permanente em Saúde. Atualmente, além das Políticas de Saúde precursoras da RI somaram-se ao grupo, trabalhadores de outras políticas e setores, como: Política de Humanização, Atenção Básica, Coordenação de Educação em Saúde Coletiva da ESP, Saúde Prisional, Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), entre outros. A RI respeita as mudanças e singularidades de cada contexto e produz sustentabilidade à medida que tem a RD como diretriz de trabalho. Aposta no protagonismo e corresponsabilidade de cada ator envolvido, o que a caracteriza como um espaço legítimo de educação permanente. Tem ainda o propósito de pensar as questões relativas ao uso de álcool e outras drogas, mas extrapola esse objetivo, ao possibilitar à construção de políticas públicas consistentes e sustentáveis, para além de propostas de governo da gestão vigente. Assim, o objetivo deste espaço não é fazer uma defesa da gestão estadual, mas produzir e fortalecer a gestão do fazer de cada coletivo organizado. A RI tensiona a mudança do modelo assistencial, considerando as trajetórias vivenciadas e os pressupostos teórico-metodológicos, a partir de uma reflexão entre seus propósitos, métodos e organização, à luz do Postulado de Coerência. Acreditamos na potência desse espaço para o fortalecimento de políticas públicas, uma vez que agrega diferentes atores na composição de estratégias de apoio à coletivização dos processos de trabalho e a transversalização de ações, considerando a realidade concreta dos territórios.