Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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SAÚDE E MEIO AMBIENTE: DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ÁS AÇÕES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Marta Beatriz Alves Silva, Julia Honorato

Resumo


Introdução: A comunidade Novo Palmares, situada no município do Rio de Janeiro é atendida por uma Equipe de Saúde da Família, que tem seu trabalho baseado na atuação multiprofissional com foco na promoção de saúde e prevenção de doenças.As atividades da ESF planejadas consideram a dinamicidade existente nesse território-processo, e através da observação da realidade, foi possível identificar inúmeros casos de doenças que aconteciam decorrentes de questões ambientais, como infecções respiratórias e dermatoses, seqüelas de um meio de habitação pouco saudável. Na tentativa de minimizar as recorrências, a equipe se organizou para realização de grupos, onde pudessem abordar as doenças. Mas contrariamente do esperado, a comunidade se mostrava reticente aos encontros realizados no módulo. Dessa forma, foi despertado o interesse em estudar se as ações em saúde realizadas por estes profissionais se ajustam ao que a comunidade percebia como risco sanitário à saúde, e se este seria o motivo de não adesão. Objetivo: Analisar a percepção dos usuários e dos profissionais da Unidade de Saúde da Família Novo Palmares quanto ao saneamento básico como fator de risco à saúde; e se estes profissionais identificam e organizam suas propostas de ações a estes fatores de risco indicados pela comunidade. Metodologia: Através do Método Delphi, Testes de Likert e análise de conteúdo, foram avaliadas entrevistas realizadas com 17 moradores de Novo Palmares e 8 profissionais de saúde da ESF daquela área. Resultados: A água foi apontada como a grande melhora para Novo Palmares nos últimos anos para usuários, assim como houve aumento no acúmulo de lixo na Comunidade. Para os profissionais de saúde a água foi o item pior avaliado. Existe a sensação de segurança para morar, trabalhar, apontada em ambos os grupos participantes do estudo, mas reconhece-se que a saúde pode ser afetada por questões ambientais. Usuários tiveram dificuldade de reconhecer fatores etiológicos para as doenças causadas pelo desequilíbrio ambiental. A escola e os meios de comunicação tiveram destaque na comunicação de riscos para os dois grupos analisados. Conclusão: Os principais resultados encontrados expressam a diversidade de opiniões em relação ao meio ambiente da comunidade e retratam também que as percepções dos usuários e profissionais são diferenciadas. É fundamental que os profissionais de saúde da ESF planejem ações sobre os riscos identificados, tanto no âmbito curativo quanto preventivo, no intuito de minimizar recorrências de doenças. Novas formas de comunicação de risco precisam ser utilizadas para aumentar adesão aos grupos.