Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
Território: Um dispositivo para a reinvenção do trabalho na assistência em Atenção Básica
Sabrina Santos da Rocha, Débora Garcez Leal

Resumo


As políticas sociais públicas apontam para ser exercido um trabalho a partir das especificidades loco-regionais no campo de atribuições das unidades de Saúde da Família. Esta proposta de trabalho é fundamentada em diretrizes para o enfrentamento de problemas e necessidade da população que habita um determinado espaço. Este, chamado de território, composto por suas singularidades. Trabalhar com território é complexo. É poder reconhecer um espaço singularizado, tendo os seus limites que podem ser da ação de um determinado grupo de atores sociais, ser político-administrativo assim como culturais. As condições ambientais, a infra-estrutura, as tradições, a educação, bem como outros fatores, produzem o território. Há uma identidade que vai depender da história de sua construção, da sua origem, assim como, dos caminhos que se percorrem no território. Desta forma, a territorialização representa importante instrumento de organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde. A compreensão do território é primordial para a caracterização, estudo e é entender que o território é portador de poder, que nele está a base que fundamenta as intervenções do serviço da Saúde da Família e que ali se exercitam e se constroem os poderes de atuação dos cidadãos. Durante a Residência Integrada em Saúde, com ênfase em Atenção Básica em Saúde Coletiva, a territorialização e o dia-a-dia do trabalho em uma equipe de Saúde da Família foram um ensino para compreender esta dinâmica e identificar algumas fragilidades que impedem que exercício da proposta da saúde da família encontre sua essência. O trabalho no território nos convida a novas idéias, descontrói algumas intervenções e as reinventa. Na atuação em equipe multiprofissional, com o dialógo e atuação para além dos moldes hegemônicos tradicionais que implicam ações verticalizadas e médico centradas, pode-se colocar em debate os aprendizados e desenvolver habilidades a partir da prática no território. Propõe-se compartilhar algumas vivencias para contribuir na consolidação de praticas em saúde humanizadas e pautadas na organização de ações na Atenção Básica, que se consolidam em territórios.