Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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VISITA DOMICILIAR COMO PRÁTICA DE SAÚDE EM EDUCAÇÃO POPULAR
Mateus do Amaral Meira, Walnízia Késsia Batista Olegário, Kamilla Maria Sousa de Castro

Resumo


O Projeto Educação Popular e Atenção à Saúde da Família (PEPASF) existe há quartorze anos na Comunidade Maria de Nazaré, em João Pessoa-PB. O projeto está articulado com os líderes comunitários, com a associação de moradores e com a Unidade de Saúde da Família (USF) local. Como projeto de extensão universitária, está vinculado a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Este trabalho objetiva relatar a importância da visita domiciliar (VD) como prática de saúde dos extencionistas junto à comunidade. As VD’s tem como objetivo prestar cuidados em domicílio, englobando ações preventivas e curativas, favorecendo o estabelecimento de vínculos e a compreensão de aspectos importantes da dinâmica das relações familiares. No PEPASF, as VD’s acontecem aos sábados por duplas de estudantes de cursos diferenciados, facilitando, assim, a interdisciplinaridade. Os estudantes escolhem uns aos outros num processo criativo chamado de “casamento”. Depois, eles escolhem duas a três famílias que passarão a visitar todos os sábados. Um importante fator que implica na escolha dessas famílias é o vínculo criado entre os extensionistas e as famílias durante as primeiras visitas, antes do casamento. Essa relação, desde o começo, se constrói pautada pelo diálogo, pelo respeito e amorosidade, e valorizando a troca de saberes e afetos entre os estudantes e os moradores da comunidade. É através da visita domiciliar no PEPASF que os estudantes identificam os problemas de saúde das famílias, discutem os casos mais graves na reunião do projeto, orientam soluções e, quando necessário, ajudam a encaminhar para os demais serviços da rede de saúde. Além das visitas domiciliares, o projeto possui outras frentes como: o grupo de crianças, o grupo de estudos em Educação Popular em Saúde, a atuação política junto à Associação Comunitária, além do papel organizativo das comissões no PEPASF. Pudemos observar que a prática dos extensionistas relacionada às visitas domiciliares permite aos moradores da comunidade o diálogo sobre sua sáude a partir do respeito pelo saber e pela linguagem popular, desenvolvendo o autocuidado e a autonomia da comunidade. Já os extensionistas, têm a possibilidade de conhecer a realidade de uma periferia urbana, através do encontro com a vida dessas pessoas, o que acaba sendo mobilizador na formação pessoal e profissional dos estudantes e na consolidação de um prática mais voltada aos princípios do SUS.