Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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"Estrelando" uma experiência de videoteca na clínica de HIV/AIDS
Marilza Emilia Conceição

Resumo


No cotidiano do ambulatório de HIV/AIDS da Policlínica Antônio Ribeiro Netto, os profissionais de saúde e gestor têm se deparado com inúmeras questões trazidas por pacientes e familiares relacionadas às dificuldades que envolvem não apenas a tomada de medicação para o controle do HIV/AIDS, mas também a não aceitação da doença, o isolamento social, desejo de buscar tratamento alternativo que foge a racionalidade médica, o medo do preconceito e discriminação e outros. Esta realidade impõe a todos: pacientes, profissionais de saúde, gestor e familiares, a busca de estratégias para melhoria da adesão ao tratamento da pessoa que vive com HIV/AIDS. O Projeto “Estrelando” é uma proposta de trabalho desenvolvida com pacientes do ambulatório de HIV/AIDS da Policlínica Antônio Ribeiro Netto. Desde o ano de 2006, inserimos a projeção de filmes com debate pelos pacientes no protocolo das atividades educativas desenvolvidas no serviço, por reconhecer que esta iniciativa contribuiria para o trabalho de adesão ao tratamento do HIV/AIDS. “Estrelando” oportunizam pacientes, familiares e equipe profissional participarem de um ambiente onde circula informação, socializa idéias e estimulam a convivência em grupo, elementos de suporte para manter adesão ao tratamento. A projeção de filmes ocorre mensalmente. Após exibição do filme que é escolhido pelos usuários, é promovido debate da obra. São apresentados filmes que tratam não só dos aspectos objetivos do tratamento mais também os subjetivos: cidadania, auto-estima, preconceito, relacionamento. Essa iniciativa apresenta: Videoteca instalada na clínica de AIDS, consolidação da metodologia de trabalho, fortalecimento dos vínculos afetivos e sociais entre os participantes do projeto, melhor interação entre pacientes, familiares e profissionais de saúde, aumento da freqüência às consultas e nas atividades grupais da clínica, recebimento de duas premiações e fortalecimento da rede de parcerias locais e Institucionais. Os usuários têm ampliado sua visão sobre adesão ao tratamento do HIV/AIDS, ao perceberem que manter a aderência é mais que saber tomar o medicamento, é ter adesão à vida. A equipe profissional passou a ter uma visão mais integral do paciente, valorizando aspectos objetivos e subjetivos do tratamento. A experiência deve ser expandida para outros serviços por evidenciar a possibilidade de dialogar com o paciente, conhecer a sua historia de vida e negociar caminhos para a melhoria da adesão ao tratamento e à vida.