Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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“Viver bem cuidando de mim” - projeto de extensão em hanseníase: vivência de troca de saberes.
Valéria Leite Soares, Ângela Cristina Dornelas da Silva, Juliana Dias Pereira de Souza

Resumo


A hanseníase é uma doença milenar e estigmatizante, promotora de danos sociais, emocionais e físicos. É infecto-contagiosa e se manifesta através de sinais e sintomas dermatoneurológicos, sendo considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, sobretudo na Região Nordeste. Este é um relato de experiência sobre o projeto de extensão “Detecção e autocuidados em Hanseníase: Viver bem cuidando de mim.” do departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal da Paraíba, desenvolvido no ambulatório de dermatologia/Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), João Pessoa/PB, realizado de maio a dezembro de 2011. O projeto surgiu da necessidade de ampliar o serviço ambulatorial, que estava desenvolvendo suas ações em hanseníase com precariedade na equipe multiprofissional para o atendimento de prevenção de incapacidades, autocuidados, e busca ativa de casos novos no contexto intrafamiliar dos pacientes. Ele teve como objetivo apropriar a equipe, os extensionistas e a população atendida, dos conhecimentos e procedimentos relacionados à Hanseníase e seu tratamento, para que o paciente adquirisse melhor qualidade de vida evitando e/ou minimizando as sequelas. Este projeto ocorria nas quintas-feiras no período da manhã, dentro da rotina do serviço, junto à equipe - médico, enfermeiro e fisioterapeuta. Abrangendo avaliação neurológica simplificada; prescrição, confecção e treino de órteses e adaptações para facilitar as atividades de vida diária (AVD’s) e da vida prática (AVP’s); prevenção de incapacidades; aplicação dos instrumentos “Formulário SALSA”, que mensura o nível de restrição de atividades funcionais e de desempenho; “Formulário de Participação”, que mensura o nível de restrição de participação no âmbito social. Os resultados alcançados foram: a verificação e o acompanhamento dos danos neurológicos, sensoriais e funcionais assim como as restrições de participação social dos pacientes; promoveu-se a orientação de autocuidados em grupo e/ou individual; fornecimento de órteses e adaptações para pacientes com limitações funcionais; reorganização do fluxograma e dos prontuários de atendimento dos pacientes; parcerias mais estreitas com centro de referência em hanseníase do estado; maior vínculo e interação da academia com a equipe multidisciplinar; e a reflexão sobre conhecimentos e habilidades novas e já aprendidas a partir da interação com os participantes: equipe, pacientes, docentes e discentes; e a produção científica.