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Este estudo apresenta uma análise sobre o significado que vem sendo atribuído ao princípio da integralidade e suas implicações para o atendimento integral à criança e ao adolescente em uma Unidade Hospitalar de alta complexidade. Compreende-se neste estudo, que a busca pela construção de práticas da atenção integral à saúde deve estar inserida no cotidiano dos profissionais de saúde e em cada atendimento prestado, visando uma assistência qualificada que atenda o indivíduo como um todo, respeitando seus direitos e valores através de ações e serviços voltados para a recuperação, prevenção e promoção da saúde. Para tanto, o estudo aqui desenvolvido, utilizou como campo empírico a enfermaria de pediatria do Hospital Federal dos Servidores do Estado. Assenta-se em uma pesquisa qualitativa que tem como objetivo identificar os limites e possibilidades da implementação do atendimento integral na enfermaria de pediatria e compreender o significado que os profissionais de saúde da enfermaria atribuem à noção de atenção integral, de maneira a refletir sobre a interface deste principio no processo de trabalho coletivo neste setor. Para tanto, utilizou-se como método a pesquisa documental e a entrevista semi-estruturada com os profissionais do setor. Como resultado da pesquisa, identificou-se que dentre as concepções de integralidade encontradas destaca-se a apreensão ampliada das necessidades da população a qual os profissionais atendem. Também foi identificado um conjunto de elementos dificultadores e facilitadores no processo de construção da prática da integralidade, como o desconhecimento da proposta pelos profissionais, a falta de recursos humanos para viabilizar o atendimento integral e a falta de indução do Ministério da Saúde de incorporar em seu projeto de atenção a saúde, a organização dos serviços hospitalares que oferecem atendimento à criança e ao adolescente segundo o princípio da integralidade. Conclui-se que há interesse dos profissionais entrevistados em realizar uma assistência voltada para a integralidade do atendimento na pediatria, mas não conseguem identificar como iniciar este processo de mudança. Com este estudo, pretende-se ampliar a discussão das práticas em saúde para além da dimensão clínica e apontar o atendimento integral do usuário como uma proposta de organização do serviço tendo como meta uma intervenção qualitativa e propositiva, na perspectiva da autonomia do sujeito rumo aos direitos de cidadania.