Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A AUTOMEDICAÇÃO E A PERCEPÇÃO DO USUÁRIO
Alide Marina Biehl Ferraes, Lorenna Henriques, Nathália Cristiano, Thaís Martyres, Denis Gehenrique, Pollyanna Pafume, Jéssica Cordibeli, Amanda Bochud, Vanessa Martini, Verônica Silva, Fernanda Aline de Andrade

Resumo


A acessibilidade do mundo moderno traz consigo obstáculos para as classes menos favorecidas e um excesso para os que podem investir no consumo dos produtos expostos pela mídia. Com os avanços farmacêuticos e o distanciamento do papel social no ramo de assistência medicamentosa, é possível detectar que os insumos terapêuticos ganharam características mercadológicas com as propagandas massivas, o ritmo dinâmico de vida e as facilitações habituais da indicação de uso confiável, acarretando influências diretas para a prática de automedicação. Esta prática pode ter como conseqüência, o mascaramento dos sintomas da doença, podendo levar a sérios agravos. A pesquisa objetiva investigar hábitos da população relacionados ao uso de medicamentos, e detectar a prática da automedicação. Realizou-se uma pesquisa de campo, no centro do município de Cornélio Procópio/PR, com aplicação de questionário anônimo, em 2010, para avaliar fatores relacionados a automedicação. Foram aplicadas questões semi-estruturadas baseando-se no estilo de vida e nas influências que determinaram a escolha medicamentosa. Indivíduos que participaram do estudo concordaram espontaneamente em responder, quando abordados pelos discentes do Curso de Farmácia. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva. Participaram 261 pessoas, sendo 52,2% do sexo feminino. Constatou-se que 72% das mulheres e 63% dos homens declararam fazer uso de medicamentos sem as devidas prescrições. Esse resultado pode estar relacionado à entrada da mulher no mercado de trabalho. Verificou-se ainda que, o grau de escolaridade, idade, e renda são fatores que influenciam diretamente a prática da automedicação. Verificou-se a percepção do usuário relacionando o capitalismo vigente e o distanciamento social dos gestores da saúde, tanto na prescrição quanto na dispensação, como fatores que influenciam a visualização do medicamento como produto de finalidade lucrativa ao em vez de terapêutica. Assim, o usuário que é o real interessado e, também, o mais prejudicado das metas de atenção farmacêutica está propenso a escolhas sem embasamento técnico - científico e à variabilidade de reações que o uso irracional de medicamentos pode gerar. Considera-se extremamente importante, uma formação profissional condizente com as necessidades do sistema de saúde vigente, e cabe ao farmacêutico, último profissional a ter contato com o usuário antes do uso da medicação, intermediar e estimular o uso racional de medicamentos.