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CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Este trabalho apresenta reflexões sobre a experiência de construção de uma ação de formação na interface entre saúde mental, educação popular e movimentos sociais, realizada em 2011, por trabalhadores da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais - ESP MG e por integrantes do Setor de Saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Minas Gerais - MST. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A construção coletiva (ESP e MST) de uma proposta de ação de formação - com o objetivo de apresentar subsídios às lideranças de saúde de assentamentos e acampamentos de Minas Gerais para a produção de cuidados relacionados ao sofrimento mental, ao consumo abusivo de álcool e à situações de violência contra as mulheres. A presença de representantes do MST assegurou que a proposta construída contemplasse as necessidades de saúde das populações acampadas e assentadas. EFEITOS ALCANÇADOS: O diálogo entre ESP MG e MST resultou na construção de um projeto de ação de formação que propõe subsidiar a construção de linhas de cuidados em saúde mental, que envolvam os cuidados já produzidos pelas populações acampadas e assentadas e os cuidados produzidos no SUS, a partir das particularidades dos assentamentos e acampamentos de reforma agrária, os saberes e práticas já utilizados por estas populações na produção de cuidados em saúde, a possibilidade de associação destes saberes e práticas aos do Sistema Único de Saúde - SUS e da reafirmação da saúde como um direito social. RECOMENDAÇÕES: O diálogo entre técnicos da saúde e movimentos sociais pode favorecer a construção de ações de formação que valorizem os sujeitos, seus contextos e suas práticas de cuidado em saúde, ao mesmo tempo em que permitem aos trabalhadores do SUS reflexões sobre a importância de se reconhecer as particularidades das necessidades de saúde das populações do campo. Ações de formação que se aproximam da realidade de vida e trabalho de sujeitos e trabalhadores do SUS podem permitir o desenvolvimento de novas ações de promoção e prevenção à saúde nesses territórios, a construção de linhas de cuidado em saúde mental, e o fortalecimento do diálogo e da atuação conjunta entre trabalhadores rurais e referências locais de assistência.