Tamanho da fonte: 

As atividades de Ensino Clínico são obrigatórias na formação do enfermeiro na Universidade Estácio de Sá. Proporcionam a articulação entre teoria e prática, fazendo com que os acadêmicos vivenciem momentos propícios para o desenvolvimento de habilidades e competências, não se limitando aos serviços de saúde. Frente a isto, buscou-se como cenário para atividades práticas do Ensino Clínico de Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente a escola. Tal escolha deveu-se ao fato de que ações envolvendo saúde e educação provocam repercussões em toda a sociedade; contribuem para a redução das vulnerabilidades presentes entre jovem e desenvolvem habilidades e competências para o exercício de educação em saúde. Para o desenvolvimento das ações realizou-se uma parceira entre a universidade e uma escola de ensino médio, pública e de administração estadual. Esta se localiza na região metropolitana do Rio de Janeiro, cercada por grandes aglomerados humanos marcados por carência de infra-estrutura e violência. O ingresso dos acadêmicos no cenário escolar deu-se através de um encontro agendado pela diretora da escola, com alunos do primeiro ano de ensino médio. Nesta primeira reunião o grupo de acadêmicos preparou-se para falar sobre doenças sexualmente transmissíveis. Os demais encontros foram agendados e os temas propostos pelos próprios alunos, incluindo: aborto, gravidez na adolescência e uso abusivo de álcool e drogas. Houve participação ativa de alunos e acadêmicos, sempre supervisionados pelo docente da universidade, que fazia intervenções quando preciso. Os alunos criaram vínculo com acadêmicos e docente procurando-os para esclarecimentos sobre temas nem sempre abordados no encontro. Os acadêmicos relataram vencer o medo inicial de interagir com adolescentes; desenvolveram iniciativa e criaram vínculo com os alunos e direção da escola sendo convidados para promover outros encontros. Eles também desenvolveram habilidades e competências para execução de práticas educativas em um cenário diferente dos serviços de saúde. Conclui-se que a escola tem um grande potencial para a formação do enfermeiro, configurando-se como um espaço de cuidado que precisa ser apropriado pelos profissionais de enfermagem desde a sua formação.