Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A FARMÁCIA E A VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE NA ROCINHA, RIO DE JANEIRO.
Adriana Araujo Andrade, Mariane Martins Silva

Resumo


Introdução: o Brasil é o 16º país em tuberculose no mundo. Amazonas e Rio de Janeiro os estados de maior incidência, 73/100.000 habitantes. Rocinha com população de 69356 habitantes é importante área endêmica no Brasil. Em 2011 foram implantadas vinte e cinco equipes de Saúde da Família, distribuídas em três Clínicas, cobrindo 100% do território. Caracterização do problema: com a introdução do Tratamento Diretamente Observado (TDO) o índice de cura subiu de 73% para 88% e de abandono diminuiu de 20% para 5%, superando as expectativas da OMS. Com o fim do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e a descentralização do cuidado da tuberculose para as equipes de saúde, o serviço de Farmácia propôs a implantação de um programa de vigilância em saúde para os casos de tuberculose acompanhados pela Unidade. Descrição da experiência: a Rocinha em outubro de 2011 tinha cento e setenta e seis casos (incidência 257/100.000), a Farmácia da Unidade desenvolve um trabalho pioneiro de vigilância em saúde através dos protocolos de dispensação de medicamentos da Unidade. Os medicamentos são fracionados pelo farmacêutico e as doses são individualizadas para sete dias. Os medicamentos são separados todo sábado e dispensados toda terça feira entre oito e onze da manhã. Somente médicos ou enfermeiros recebem os medicamentos, ficando responsáveis pela distribuição aos agentes de saúde para a realização do TDO. Cada paciente tem uma ficha de acompanhamento de tratamento na qual a Farmácia tem todas as informações relativas à dispensação do tratamento. Efeitos alcançados: no mês de outubro de 2011 a Clínica da Família Rinaldo de Lamare tinha setenta e oito pacientes em tratamento, dos quais vinte e três (30%) não receberam as doses individualizadas de medicamentos da farmácia. Sendo seis pacientes por quatro semanas ou mais, o que caracteriza abandono do tratamento, cinco pacientes deixaram de receber por três semanas e doze por duas semanas. Dentre as oito equipes acompanhadas somente uma retirou medicamentos para todos os seus pacientes. Recomendações: a vigilância através da dispensação de medicamentos deve apontar os pontos fracos no ciclo do tratamento, ser capaz de impedir erros de medicação, contribuir com a responsabilização dos profissionais com os pacientes além de identificar efeitos colaterais e interações potencialmente perigosas. O principal objetivo é contribuir com a redução de casos de abandono e multiresistência.