Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
A FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE INTEGRADA AO SUS: ESTUDO DE CASO DO CURSO DE NUTRIÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA.
Davllyn Santos Oliveira dos Anjos, José de Souza Leão

Resumo


Introdução: Discutir sobre a formação de recursos humanos em saúde implica na busca de profissionais de saúde capazes de desenvolver habilidades para organizar, realizar e avaliar ações, articulando os diversos setores envolvidos na promoção da saúde. Para tanto, é necessário integrar a formação desses profissionais ao funcionamento, condução e gestão dos serviços, sendo que no Brasil cabe ao próprio Sistema Único de Saúde (SUS) servir de guia e interlocutor das instituições formadoras, na formulação e implementação de projetos pedagógicos dos cursos de ensino superior em saúde. Dessa forma, a proposta de formação integrada ao SUS deve ser entendida para além da concepção de um simples campo de estágio ou aprendizagem prática, tornando-se um canal que viabilize a formação por competências, dentre elas a da Atenção à Saúde, que abrange ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Objetivo: Avaliar, na percepção dos estudantes, se o curso de Nutrição de uma universidade pública brasileira promove a integração da formação com o Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Trata-se de um estudo de caso que se utilizou da abordagem qualitativa com enfoque fenomenológico. A produção dos dados ocorreu de março a abril de 2010, através de entrevistas gravadas que foram transcritas e posteriormente analisadas com o método Análise de Conteúdo. Participaram da pesquisa 31 estudantes de um curso de nutrição, escolhidos através de sorteio e que aceitaram fazer parte do estudo. Resultados: Os depoimentos dos estudantes revelaram uma compreensão limitada sobre o papel do profissional de saúde. Por outro lado, muitos se mostraram confusos, inseguros e repetitivos em suas definições sobre as competências a serem desenvolvidas por esses profissionais em formação. Apesar de reconhecerem a promoção da saúde e a prevenção de doenças enquanto competências a serem desenvolvidas, a análise das entrevistas evidencia a falta de compreensão dos participantes do estudo sobre a legalidade e constitucionalidade do SUS como orientador de sua formação, ao que se refere à formação por competências. Tal resultado fica mais evidente quando se observa que todos os estudantes entrevistados do primeiro período do curso não souberam definir o que é o SUS, enquanto que os demais tiveram dificuldades em defini-lo. Conclusão: Avaliando os discursos dos estudantes de nutrição dessa universidade pode-se afirmar que nessa instituição ainda é deficiente a articulação do processo de aprendizagem integrado ao SUS. Portanto, é possível inferir que existem entraves pedagógicos no desenvolvimento do curso que dificultam a formação das competências almejadas pelo SUS para esses profissionais.