Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A Importância do Aprendizado de Gerência na Formação do Enfermeiro
Clarissa Gonçalves Silva, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Thais Cordeiro Fonseca, Margareth Caetano da Silva, Monique Gonzalez de Souza

Resumo


Caracterização do problema: O gerenciamento dos serviços de saúde faz parte das atividades essenciais do enfermeiro. Portanto, nossa classe tem se inserido cada vez mais nesse serviço. Criando uma necessidade cada vez maior de ensinar sobre os processos gerenciais. A partir desta idéia, programas e formas de intervenção foram criados para solucionar os problemas de saúde pública a fim de auxiliar na organização pratica, em busca de serviços coerentes, que atendam as decisões do controle social1. A formação do enfermeiro na perspectiva de gerenciar/administrar os serviços de saúde está intrínseco em nossa profissão desde Florence, que foi a primeira a introduzir a administração no ambiente hospitalar. Em seu famoso livro Notas sobre a enfermagem, cita a função de gestor dos serviços de saúde para e enfermeiro: todos os benefícios de uma boa enfermagem apresentados nestas notas podem ser completamente anulados por deficiência, por exemplo, na administração básica, por se ignorar como proceder para que o que é feito quando se está ausente2-3. Enxergar a importância no gerenciamento em enfermagem na rede primário é necessário para reforçar a colocação do enfermeiro como gerente dos serviços oferecidos. Este trabalho tem por objetivo descrever a experiência dos discentes do Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura no aprendizado do Gerenciamento da Assistência em Saúde, explicitando a importância desta disciplina para formação do Enfermeiro, como um profissional possuidor de competências gerenciais. Descrição da experiência: O pouco tempo que passamos na disciplina adquirimos uma aprendizagem que nos direcionou a aprender o funcionamento dos programas da rede básica propostos pelo Ministério da Saúde, além da administração direta da policlínica. A experiência aqui relatada foi desenvolvida durante o ETP (Ensino Teórico Prático) da disciplina em uma policlínica* do município de Niterói/RJ durante os meses de outubro e novembro de 2011. As atividades foram baseadas nos conceitos de funções administrativas, planejamento, organização, administração de recursos materiais, trabalho em equipe, motivação, humanização da assistência, supervisão, liderança, atitude e educação continuada, como instrumentos e bases para o Gerenciamento dos Serviços de Saúde. Durante o ETP, entendemos que o proposto não era apenas observar como se dá o processo administrativo, mas sim articular a teoria com a prática, problematizando as questões gerenciais e interferindo nelas sempre que possível. As rodas de conversa, realizadas a cada final do dia, permitiu aos discentes questionarem indicadores de saúde, avaliar o preenchimento das papeladas burocráticas, entender a realização da busca ativa e de outros procedimentos administrativos da unidade de saúde. Efeitos alcançados: Esse processo incentiva o pensamento crítico e a troca de informações. E a partir do que é compreendido propõem soluções, traçam estratégias de mudança ou adequações levando em conta os princípios de universalidade, integralidade, equidade e participação social1. Levamos em consideração também que este exercício de gerência, leva o aluno a pôr em prática suas competências. Recomendações: As atribuições básicas da gerência são dirigir, organizar e controlar pessoas ou grupos de pessoas, ou seja, a gerência é uma função que lida com pessoas, sendo o responsável pela consecução dos objetivos da organização, sendo assim o produto do trabalho do enfermeiro é avaliado através do desempenho de sua equipe5. Vale ressaltar que a experiência relatada, afirma o que é proposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, onde diz que o enfermeiro deve estar apto a tomar iniciativas, estando pronto para ser empreendedor, gestor, empregador e líder na equipe, devendo também ser capazes de aprender continuamente e, desta forma aprender a aprender, tendo responsabilidade e compromisso6. Como futuras enfermeiras, afirmamos que a experiência relatada é desafiadora e dinâmica. Pois o processo de observação e vivência nos apoderou de uma visão comparativa e sugestiva. Compreendemos a necessidade e relevância de um planejamento específico e diferenciado para cada unidade, que considere desde capacidade estrutural, tipo de clientela abordada à personalidade dos funcionários que ali prestam serviço. Referências: 1. Heck, RM, Jardim, VR, Dilélio,AS, Silva,SJ. Uso de metodologia ativa na disciplina de gerenciamento de enfermagem em saúde coletiva da FAO/UFEPEL. Rev. Eletr. Enf. [online] ;11(2): 429-34. 2009 [cited 2011 out 13]. Avaliable fron: http: //www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a27.htm. 2. Spagnol, CA. (Re)pensando a gerência em enfermagem a partir do conceitos utilizados no campo de Saúde Coletiva. Rev. Ciên. e Saúde Col. 2005; 10(1): 119-127. [cited 2011 out 13]. Available from: http: //www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a13v10n1.pdf 3. Nightingale, F. Notas sobre a enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo: Cortez, 1989. 4. Carvalho, BG. Planejamento em saúde [Internet]. Londrina: Centro de Ciências da Saúde – Universidade Estadual de Londrina; 2006 [cited 2011 nov 02]. Available from: http: //www.ccs.uel.br/nesco/regesus/arquivos/Txt%2019.pdf. 5. Junqueira, L, Prates,A. Gerência dos serviços de saúde. Cad. Saúde Pública [online]. 1990, vol.6, n.3 [cited 2011-10-30], pp. 247-259 . Available from: http: //www.scielo.br/pdf/csp/v6n3/v6n3a02.pdf 6. Ministério da Educação; Conselho Nacional de Educação. Resolução Nº 3/01 - Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Enfermagem. Brasília (Brasil): Ministério da Saúde; 2001. * Policlínica Regional Carlos Antônio da Silva