Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A introdução da ficha de saúde como documento obrigatório no prontuário de crianças vinculadas a instituições de ensino
Marisa Laporta Chudo, Andre Luiz Carvalho, Osvaldo de Sá Rocha Mello, Ana Paula Aparecida Mathias, Diane D'Avila, Higor Vinicíus Oliveira, Mariana Morelli

Resumo


Em nossa experiência prática no programa de integração saúde comunidade (PISCO) no curso de medicina, ouvimos casos de crianças que foram levadas a uma UBS de Guarulhos para atendimento médico, mas que não puderam fornecer informações prévias sobre particularidades de suas saúdes devido à ausência de um familiar, ou ainda na presença destes, algumas informações não foram comunicadas no momento do atendimento. Dentro dessa perspectiva, destacamos o caso de uma criança que foi levada para atendimento médico por sua mãe e que durante a avaliação médica foi constatado um sangramento vaginal. Após serem questionados sobre o achado do exame físico da criança, os pais posicionaram-se de forma defensiva alegando que a criança estava na escola antes da consulta e que o sangramento vaginal era conseqüente a um trauma sofrido por ela ao brincar em uma gangorra. Depois de serem tomadas todas as medidas cabíveis constatou-se que a criança sofria abuso sexual por seu pai, e a mãe da criança era conivente com o crime. Assim sendo, com a aprovação e apoio da gerência da UBS, os alunos conhecedores dessa problemática foram responsáveis pelo desenvolvimento de uma ficha de saúde, que tem como objetivo central, disponibilizar o maior número de informações relativas ao histórico de saúde da criança e que assim seja de grande utilidade no contato da criança com o pronto atendimento. Ressaltamos que essa ficha de saúde deverá fazer parte dos prontuários das crianças vinculadas a instituições de ensino, e apresentará quaisquer intercorrências no histórico de saúde dessas crianças, além de ficar em local de fácil acesso para sua consulta e freqüente atualização. Inicialmente, essa ficha de saúde foi aplicada em uma creche do município de Guarulhos, e segundo a coordenadora responsável foi muito bem aceita por pais e colaboradores da instituição. Atualmente a ficha de saúde é recomendada pelo ministério da saúde como documento que deve ser utilizado por instituições que lidam com crianças, mas percebemos na prática que parte dessas instituições não utiliza a ficha de saúde adequadamente ou mesmo desconhece sua existência. Refletindo sobre esse cenário recomendamos que a inserção obrigatória da ficha de saúde nessas instituições seja discutida pelos órgãos públicos competentes, a fim de garantir maior segurança e proteção para as crianças, pais e colaboradores.