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A mídia promove não apenas o consumo de bens materiais, mas também o consumo de ideias, de tipo de vida, de posições de sujeitos desejáveis, de formas de ser e de agir (Conselho Federal de Psicologia, 2009). Neste sentido, o debate sobre o papel da mídia e sua influência na vida das pessoas torna-se relevante e oportuno. Desta forma, o presente estudo privilegia a discussão entre mídia, infância e desejos consumistas presentes na fase de desenvolvimento infantil. Participaram deste estudo 22 crianças, com idades entre 06 e 10 anos, de ambos os sexos, matriculados em uma escola da rede pública da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. O levantamento dos dados foi efetuado através de entrevistas semiestruturadas, sendo realizadas mediante Termo de Concordância da Instituição e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos pais ou responsáveis. Observou-se através desta pesquisa que 50% das crianças assistem em média 4 horas de televisão por dia, sendo que 27% assistem sozinhas, sem a companhia de um adulto para direcionar e trabalhar a interpretação das informações expressas. Foi possível observar a vulnerabilidade das crianças ao apelo do marketing, sendo que os dados revelaram a presença de fatores como moda, ídolos e marcas, associadas a escolhas das crianças na hora de adquirir produtos. Da mesma forma a pesquisa aponta para uma precocidade relacionada a padrões estéticos e a erotização infantil, reproduzindo valores humanos aprendidos e incorporados por estas crianças. Levando em consideração os dados apontados, observa-se que a mídia tornou-se fator presente e decisivo na produção de desejos e nas escolhas infantis, questiona-se assim sobre o papel da mídia já que esta apresenta-se como produtora de subjetividade e também sobre o papel da família no contexto social moderno. Palavras chaves: Mídia, infância, consumo. Referências: Conselho Federal de Psicologia. Mídia e Psicologia: produção de subjetividade e coletividade. 2ª ed. Conselho Federal de Psicologia, 2009. Brasília. 392 p.