Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A PRÁTICA DE AÇÕES EDUCATIVAS NO COTIDIANO DE ENFERMEIRAS: REALIDADE AMAZÔNICA NA ATENÇÃO BÁSICA.
Geyse Aline Rodrigues Dias, Sandra Helena Isse Polaro, Márcia Maria Bragança Lopes, Marília de Fátima Vieira de Oliveira

Resumo


A prática educativa da enfermeira vai além do repasse de informações sobre as doenças. Conhecer a realidade desse trabalho é essencial para o desenvolvimento de novas ações em saúde na busca permanente do objetivo de transformação. Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, com o objetivo de desvelar o cotidiano da prática educativa de enfermeiras na Atenção Básica (AB). Realizada em uma Unidade Saúde da Família do município de Belém–Pará. Os sujeitos foram o total das enfermeiras lotadas nesta Unidade, quatro, que aceitaram participar do estudo. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semi-estruturada e o instrumento de análise foi a Teoria Fundamentada nos Dados de Strauss e Corbin, 2008. Respeitando as normas da resolução 196/96 CNS/MS, esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa do ICS da UFPA com parecer favorável. Desse processo emergiram duas categorias: I. “A dimensão das ações educativas dos enfermeiros na AB” e II. “A consciência dos enfermeiros e o nível de práxis das ações educativas” e seis subcategorias quais sejam: “Importância e finalidade das ações educativas”; “As formas de educar por meio das ações educativas”; “Conhecimento científico aplicado nas ações educativas”; “Dificuldades para o desenvolvimento das ações educativas na prática da AB”; “Enfrentamento das dificuldades encontradas no desenvolvimento das ações educativas na prática da AB”; “Facilidades no desenvolvimento das ações educativas na prática da AB”. Com o estudo foi possível entender que mesmo num contexto em que as formas tradicionais arraigadas insistam em se perpetuar, colocam-se novos modos de pensar a prática de educação em saúde na AB e que, mesmo diante das dificuldades de recursos e precariedade das condições para o exercício do trabalho, no espaço cotidiano do serviço aqui pesquisado têm se desenvolvido possibilidades de reinvenção, compartilhamento e recriação das formas de educar em saúde. Acredita-se que essa abordagem ainda seja um desafio para as enfermeiras atuantes na AB, mas que deve ser pensada como um processo a ser galgado pelos profissionais dos serviços de saúde, quando no desenvolvimento de práticas educativas, baseadas em princípios científicos e voltadas para a realidade da população. Enfim, espera-se que o contexto dessas enfermeiras seja transformado, não só pelas autoridades institucionais, mas pela força e autonomia, que todo profissional possui para mudar a sua realidade.