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A adolescência, de 10 a 19 anos segundo a Organização Mundial de Saúde, caracteriza-se por uma fase de transição entre a infância e a idade adulta e constitui-se em uma vivência fundamental na constituição identitária, permeada por mudanças, remodelamentos subjetivos e ressignificações. A família é considerada estrutura social relevante para a educação de seus membros, no tocante à sexualidade e tem se mostrado, em muitos momentos, impotente para atuar frente a essas temáticas. A falta do vínculo no ambiente familiar pode acentuar algumas dificuldades, principalmente em termos de relacionamento. O objetivo deste trabalho foi conhecer a percepção da família sobre a influência do vínculo familiar no desenvolvimento sexual de adolescentes. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com 25 mães, no período de outubro a dezembro de 2011, no CIES Maria de Lourdes, localizado na Regional VI, em Fortaleza- CE. A coleta de informações se deu por meio de uma entrevista semi-estruturada, posteriormente analisada com auxílio da técnica de análise temática de Bardin. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFOR e seguiu conforme as normas da Resolução n.◦ 196/96. Os dados revelaram que as mães avaliam a relação com os filhos como boa, porque buscam orientar e aconselhar os filhos, além de afirmarem que fazem tudo pelos filhos. Apenas uma das entrevistadas revelou ter tido orientação sexual durante o período da adolescência; a maioria iniciou a vida sexual antes dos 19 anos e a média de filhos foi quatro. As mães afirmaram ter dificuldade de tocar no assunto sexualidade com os jovens, pela diferença de gerações, vergonha ou por considerarem desnecessário uma vez que a mídia e a vida ensinam. Apesar disso, todas as mães afirmaram que consideram necessário o diálogo para o desenvolvimento sexual saudável do adolescente, além de considerarem o suporte familiar importante para o desenvolvimento dos seus filhos. Percebeu-se também que a rede de apoio constituída pelas mães mostrou-se falha em apresentar esclarecimentos para os adolescentes. Além de despreparadas, as interlocutoras apresentaram dificuldades associadas à falta de informação e a não aceitação da sexualidade adolescente, confirmada em algumas falas. Diante disso, é necessário considerar a relevância desta temática para a saúde pública, tendo em vista as DSTs/AIDS, a gravidez indesejada na adolescência, o planejamento familiar, dentre outras repercussões para os jovens.