Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A prática profissional do farmacêutico, do assistente social e do nutricionista na atenção primária de saúde no Brasil: uma análise exploratória da produção de conhecimento e da orientação profissional
Magda Duarte dos Anjos Scherer, Magda Duarte dos Anjos Scherer, Andreia Oliveira, Anelise Rizzolo

Resumo


A complexidade do processo de produção social da saúde exige mudanças no modelo de atenção à saúde para consolidação dos princípios do SUS. Isto implica no fortalecimento da APS como estratégia estruturante do sistema de saúde e no desenvolvimento do trabalho multiprofissional, com abordagem interdisciplinar e intersetorial, por equipes capazes de articular as diversas políticas sociais e recursos, de identificar as causalidades e a multiplicidade de fatores que incidem na qualidade de vida da população, de contribuir para a democratização do acesso e universalização dos serviços de saúde. Nesse cenário, questiona-se, com relação à inserção das diversas profissões na APS: Quais são as orientações ou normatizações existentes? Quais as demandas de atuação? Quais os desafios e potencialidades para a prática profissional? O que há na literatura que possa ajudar a responder essas indagações? Este estudo objetiva analisar de forma comparada a produção de conhecimento e a orientação profissional para a atuação do assistente social, do nutricionista e do farmacêutico na APS, identificando experiências de atuação, elementos facilitadores e potencializadores da prática, e a inserção na equipe multiprofissional. Pesquisa descritiva qualitativa exploratória baseada em análise das normas e políticas orientadoras do trabalho na APS e revisão da literatura do período de 2005 a 2011. Temas centrais observados: Interface questão social e saúde; Busca pela definição das atribuições profissionais e pela inserção na Estratégia de Saúde da Família; Experiências de trabalho na equipe multiprofissional; Ênfase nas ações de promoção e prevenção. No caso do Farmacêutico, há uma ênfase maior na busca pelo trabalho em equipe e construção de vínculo com a comunidade e com o usuário. Desafios: Produção teórica que sustente as ações profissionais; Desenvolvimento de tecnologias adequadas às necessidades de saúde e de autonomia profissional como parte de um projeto de equipe. O estudo evidencia: Pouca produção científica sobre a temática; Inserção profissional incipiente na APS; Atuação predominantemente isolada da equipe; Ausência de definição clara das atribuições e de relatos de experiências na APS. A criação do SUS abriu espaço para ampliação da equipe na APS, mas há necessidade de desenvolvimento de conhecimentos e práticas do campo de atuação da equipe; há certa tendência de “culpabilização” do profissional pela não inserção no modelo APS e pela não integração na equipe.