Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A prescrição de drogas psicoativas na atenção primária
Andréia Medeiros Pires Maruiti, Beatriz Caparros Yoneyama, Roberto Zonato Esteves

Resumo


O aumento do uso de medicamentos psicoativos, tem sido observado nas populações que frequentam os serviços de saúde. Os profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), identificam rotineiramente novas demandas em saúde mental, o que faz com que surja a necessidade de organização da rede de atenção primária à saúde. O envelhecimento populacional tem aumentado a prevalência de doenças neurodegenerativas (Parkinson, Alzheimer) e psiquiátricas (depressão, ansiedade), em idosos. Os benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e antidepressivos são usados regularmente. Os idosos fazem uso simultâneo de medicamentos, com uma média de dois a cinco produtos diferentes, havendo muitas vezes o uso irracional devido há vários fatores predisponentes, entre os quais, a idade avançada e as piores condições de saúde. O atendimento em grupo é uma das estratégias para atender a população portadora de alguma condição crônica e que necessita do uso contínuo de medicações, sejam elas psicoativas ou não. Este estudo objetivou conhecer as medicações mais utilizadas por estes pacientes e verificar se as estratégias que as equipes utilizam no atendimento a eles, estão contribuindo para o seguimento correto do tratamento prescrito. Foi realizado um estudo descritivo, por meio de entrevistas com os usuários de medicamentos psicoativos que participam dos atendimentos a grupos programáticos de uma unidade de saúde, sendo autorizado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá sob parecer nº 317/2011. Dos pacientes entrevistados, 50% faz uso de um único medicamento, 28% faz uso de 2 medicamentos e 22% usa 3 ou mais medicamentos com princípios psicoativos. Os medicamentos mais prescritos foram os benzodiazepínicos (30,2%), seguido dos ISRS (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) com 18,7% e dos antidepressivos tricíclicos com 16,7% das prescrições. A alta incidência de uso de benzodiazepínicos encontrado neste estudo, somado ao perfil do usuário que é atendido pela ESF, maioria mulheres maiores de 45 anos, sendo 36,6% acima dos 65 anos, faz com que haja a necessidade de desencadear algumas ações para melhor acompanhamento destes pacientes, tais como treinamentos e atualizações da equipe de saúde para os efeitos farmacológicos dos medicamentos, efeitos colaterais , interações com outras drogas e a possibilidade de desenvolver tolerância e dependência.