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A Clínica Ampliada vem sendo um grande desafio para diversos profissionais de saúde. Historicamente a clínica clássica/tradicional volta-se para um modelo mais homogêneo, influenciado pela medicina, com atenção voltada somente para a doença. Por outro lado, a clínica ampliada, como o próprio nome já diz “amplia a clínica” e através das políticas públicas está em constante construção. A proposta de trabalho da clínica ampliada é baseada em uma equipe interdisciplinar que vai atuar além da doença, vai trabalhar o sujeito, a família e o contexto de onde esse usuário provém, trabalhando na promoção da saúde, diferenciando-se da clássica que atua como uma clinica curativa. Neste sentido, Dimenstein (2000) relata que o Psicólogo enfrenta impasses no campo de assistência a saúde, decorrentes de uma cultura profissional ainda voltada para uma clínica tradicional. As discussões deste estudo sobre as interfaces entre Saúde e Clínica Ampliada, estão ancoradas nos referenciais teóricos da cartografia, que pode ser definida, segundo Teixeira & Barros (2009), como um método que nos indica uma maneira de operar a análise que toma a realidade a ser estudada em sua múltipla composição. O fio condutor para essas análises está na discussão do mapeamento das práticas da Psicologia no Sistema Único de Saúde (SUS), mais especificamente, das experiências produzidas a partir das práticas da Psicologia realizadas junto a Unidade Básica de Saúde – UBS, de um município da Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Neste sentido, propõe-se a discussão e instauração de uma Clínica Coletiva, Clínica Ampliada. Num contexto geral a Clínica ainda se encontra muito restrita, acontecendo somente “entre quatro paredes”, neste sentido se faz necessário trabalhar através de uma clínica compatível com os princípios do Sistema Único de Saúde e com desafios apresentados pela Saúde Pública. Ressalta-se a necessidade de um trabalho interdisciplinar, integrado e em rede, a fim de se constituírem estratégias coletivas de atenção a todos os envolvidos, para que assim, instaure-se potencialidades para a criação de uma Clínica em constante composição, ou seja, que compõe com outras áreas do conhecimento e na multiplicidade de atravessamentos que permeiam o cotidiano do SUS e das Políticas Públicas.Palavras Chaves: Psicologia, Clínica Tradicional e Clínica AmpliadaReferências: TEIXEIRA, Danielle Vasconcellos, BARROS, Maria Elisabeth de Barros. Clínica da Atividade e Cartografia: Construindo Metodologias de Análise do Trabalho. Psicologia & Sociedade; 21 (1): 81-90, 2009.DIMENSTEIN, A Cultura Profissional do Psicólogo e o Ideário Individualista: Implicações para a Prática no Campo da Assistência Pública à Saúde. Estudos de Psicologia, 5(1), 95 – 121, 2000.