Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A saúde bucal do trabalhador e a Integração Ensino Trabalho Cidadania do UNIFESO: um levantamento em duas empresas de Teresópolis-RJ
Walmir Rodrigues, Daniela Pires, Monique Bartole, Cristiane Gomes, Monique Rocha, Juliana Corrêa, Thaís Gesualdi

Resumo


A Odontologia do Trabalho obteve recentemente o reconhecimento de especialidade odontológica. Seu surgimento está ligado à compreensão de que a saúde bucal pode causar impactos no desenvolvimento das atividades laborais, diminuindo a eficiência do trabalhador, bem como interferir em seu bem-estar. Cabe salientar-se também que diversas patologias bucais são manifestadas pela exposição à fatores de riscos químicos, físicos, mecânicos e biológicos relacionados ao trabalho. Nesse contexto, a formação de recursos humanos na odontologia passou por diversas modificações no sentido de aproximação dos estudantes da realidade de saúde do trabalhador. Os objetivos do presente estudo foram explorar fatores relacionados à saúde bucal dos trabalhadores de duas empresas parceiras do Curso de Graduação em Odontologia do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) em Teresópolis-RJ, buscando informações que tornem possíveis aprimoramentos nos campos da formação e do trabalho em saúde bucal. A pesquisa foi submetida ao comitê de ética do UNIFESO e o instrumento utilizado para a coleta foi um formulário, composto por um questionário e uma ficha para exame bucal padronizados, aplicado pelos estudantes durante sua inserção na Integração Ensino-Trabalho-Cidadania. Os participantes assinaram um termo de consentimento livre esclarecido e a amostra foi composta por setenta trabalhadores de duas empresas da cidade. Os resultados demonstraram que o gênero feminino foi predominante (61,4%), os participantes apresentaram idade média de 32,37 (±9,85) anos e jornada semanal de 44 horas (58,6%). Episódios prévios de dor dentária foram um achado frequente (80%), mas na maior parcela desses casos (76,8%) não houve afastamento das atividades laborais por conta do mesmo e muitos (71,4%) relataram automedicação para essa condição. Grande parte dos participantes (75%) buscou atendimento para a condição e uma parcela desses (45,2%) foi atendida pelo Sistema Único de Saúde. Foi observado que pouco mais da metade (52,9%) necessitava de tratamento odontológico ambulatorial. Os achados permitiram concluir que há uma grande demanda para a atenção curativa em saúde bucal nas empresas, a qual só será eficaz se estiver unida às ações que promovam a saúde bucal como um todo no ambiente laboral. Além disso, foi permitido aos estudantes vivenciar e explorar a dinâmica desse ambiente, o que é essencial para a adequada formação profissional em Odontologia.