Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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AÇÕES EDUCATIVAS ÀS MULHERES SOROPOSITIVAS SOBRE A TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV
Elizete Leite Gomes Pinto, Abilene do Nascimento Gouvêa, Helder Camilo Leite, Cícera Machado Leandro, Ana Lúcia Freire Lopes

Resumo


INTRODUÇÃO: A tendência à feminilização dos casos de HIV no Brasil, principalmente entre mulheres em idade fértil, sugere a necessidade de ações de profilaxia que informem a respeito da transmissão vertical do vírus considerando que esta via é a principal causa do contágio pediátrico pelo HIV. Contudo, os cuidados à gestante soropositiva somente poderão ser propostos se houver o diagnóstico de que a mulher é soropositiva para esse vírus e se, partir disso houver uma participação ativa desta. Então é fundamental a interação dessa futura mãe no processo profilático como forma de contribuir para a redução da transmissão vertical. Pensando nisso, o presente estudo idealizou a formação de grupos específicos para gestantes soropositivas com a finalidade de esclarecer sobre as ações de profilaxia da transmissão vertical durante a gravidez e puerpério, tendo em vista que a idéia de grupo permite trocas, potencializa as interações e funciona como um espaço adequado para a exploração da idéias e questionamentos simulando, em dimensões menores, os papéis que os indivíduos ocupam no dia-a-dia de suas relações. OBJETIVOS: o estudo objetivou conhecer a opinião das puérperas sobre a formação de grupos específicos para gestantes soropositivas com a finalidade de esclarecer a respeito das ações de profilaxia da transmissão vertical durante a gravidez e puerpério. MÉTODOS: A pesquisa qualitativa exploratória foi realizada no ambulatório de pré-natal, utilizando entrevista semi-estruturada a partir da qual foram analisados os conteúdos das falas quanto ao nível de conhecimento e ao desejo de participar de um grupo específico. RESULTADOS: Metade das entrevistadas sabia da condição sorológica pré-parto. As entrevistadas citaram ter vergonha de tirar as próprias dúvidas referentes ao bebê e ao parto. Poucas mulheres sabiam explicar sobre medicamentos, vias de parto, e inibição da lactação embora todas afirmassem estar bem informadas. Metade das entrevistadas prefere um grupo de gestantes soropositivos, sendo justificado o medo de estigma e discriminação por todas as que não preferiram. CONCLUSÃO: Este estudo permitiu refletir sobre as dificuldades e os limites das ações de profilaxia da transmissão vertical em se tratando da adesão materna. Para tanto, apontou algumas dificuldades enfrentadas por essas mulheres que possam influenciar na adesão das parturientes ao grupo de pré-natal permitindo a elaboração de diretrizes que visem à melhor adesão das mães no processo terapêutico.