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Quando o assunto é Saúde Mental na Atenção Básica é comum nos vermos frente a um contexto em que processos de capacitação para um trabalho interdisciplinar e comunitário se mostram inadequados. Os transtornos mentais leves, muitas das vezes somatizados, constituem um grande percentual daqueles que nos chegam, principalmente se considerarmos os territórios com conflito urbano armado. Para cada 10 pessoas atendidas, 3 apresentam transtorno mental, mais de 50% dos usuários atendidos apresentam sofrimento psíquico. Por outro lado é função da APS acolher todos os usuários de um determinado território (principio da universalidade do SUS). Houve então a necessidade de se pensar processos formativos que de forma contínua e no processo de trabalho sejam capazes de enfrentar este problema. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a experiencia vivida neste processo de formação em saúde mental, incluindo os cursos feitos, o matriciamento e as supervisões. A metodología é um relato de experiencia apresentando a história, o desenvolvimento e os desafíos futuros desta articulação entre a Saúde Mental e a Atenção Básica. Pouco a pouco temos construido estratégias de cuidados dos nossos pacientes, ao mesmo tempo que vamos aprendendo cada vez mais sobre o assunto. As demandas de saúde mental na Atenção Básica se apresentam de diversas formas, exclusivamente na expressão do sofrimento mental, misturados com a clínica geral e às vezes apenas através desta última. Identificar estes pacientes e oferecer um plano terapéutico integral é um desafio constante que esta experiencia vem relatar.