Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA (TCI) NA FORMAÇÃO DE REDES PRODUTORAS DE SAÚDE
Zelia Pimentel Andrade

Resumo


O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria está situado na Área Programática da AP3. 1 em Manguinhos no RJ e atende moradores do entorno da Fiocruz. Tem como desafios a prevenção, manutenção e promoção da saúde, a construção de redes socias entre os usuários, e destes com instituições e ou iniciativas populares, em territórios com condições sanitárias e de vida precárias e violência multifatorial. A Carta de Ottawa (1986) propõe criar ambientes favoráveis à saúde, reforçar a ação comunitária, desenvolver habilidades pessoais, reorientar serviços de saúde e estabelecer políticas públicas saudáveis. A Política Nacional de Promoção da Saúde (MS, 2006) traçou diretrizes e estratégias para a organização de ações que garantam a integralidade do cuidado. A Terapia Comunitária Integrativa faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (MS, 2008) e é uma estratégia de intervenção na promoção de saúde. As rodas de TCI criaram espaços para acolher sofrimentos, compartilhar experiências e saberes, gerar reflexões e atitudes para mudança de qualidade de vida e favorecer a criação de redes sociais. O método tem 5 passos: acolhimento; escolha do tema; contextualização, problematização e encerramento. São relevantes a escuta qualificada, as dinâmicas de acolhimento e integração de grupo e a troca de experiências nos contextos sócio-culturais e ambientais. Entre 2009 e 2011, foram analisadas 78 rodas de TCI que somaram 472 participantes - usuários do CSEGSF e adolescentes do Curso de Monitoria do Museu da Vida e do Projeto São Martinho no campus FIOCRUZ. Partilharam-se conflitos familiares; estresse; depressão; discriminação; desemprego, perdas humanas e materiais, drogas e violência Os benefícios da TCI foram: valorização de aspectos individuais para a superação de sofrimentos e solução de demandas, resgate da auto-estima e autonomia, reconhecimento de habilidades pessoais, melhoria nas relações de família e trabalho e retorno da alegria de viver. Os participantes relataram que se sentem seguros em compartilhar sofrimentos e experiências nas rodas Criaram-se vínculos entre os participantes, tanto nos espaços da roda quanto após encerramento quando é oferecido um lanche como mais um espaço para troca de conversas e formação das redes sociais.. E, têm superado as suas demandas porque sentem que seus sofrimentos são acolhidos, sentindo-se parte de uma rede social e de equipamentos de saúde disponibilizados no entorno de suas moradias.