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Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo que objetiva analisar historicamente o comportamento da dengue no município de Maricá nos últimos quatro anos. Os dados foram obtidos através do SINAN e SISFAD municipal. No ano de 2011 houve no estado do Rio de Janeiro a introdução do sorotipo DENV-4 e presença do DENV-1, que teve sua reintrodução detectada em 2010. No município de Maricá foram isolados os sorotipos DENV 1 E DENV 2, havendo grande preocupação com a circulação do sorotipo DENV 4 pela proximidade territorial com municípios que isolaram o referido sorotipo. (RIO DE JANEIRO, 2011). Observamos que no ano de 2011, o número de notificações, bem como, o numero de casos de dengue superaram os do ano de 2008. Nos últimos anos a taxa de incidência da dengue vem aumentando consideravelmente em todo país, sendo alguns estados, como o RJ, por exemplo, classificados como endêmicos. A epidemia mais recente ocorreu no ano de 2008 tendo como justificativa o padrão de imunidade da população que era reduzido para o sorotipo DENV-2, reintroduzido neta época. No ano de 2008 registramos um total de 1777 casos; em 2009 foram148 casos, no ano de 2010 o numero de casos notificados foi 229 e no ano de 2011 contabilizamos um total 2518 casos. Atribuímos a modificação destes dados à intensificação das ações de combate à dengue e o estímulo e estratégia para ampliação das notificações dos casos de dengue. Em relação à classificação, verificamos que a forma mais comum da apresentação da doença é a dengue clássica em todos os anos estudados, sendo 91% em 2008; 50% em 2009 e 82% em 2010 e 82,2% no ano de 2011. Ao analisarmos a freqüência da dengue por bairro no Município de Maricá, percebemos que os bairros com maior número de casos notificados permanecem os mesmos nos anos de 2010 e 2011. Não foi possível analisar os anos anteriores por falta de informação, uma vez que não havia a prática do município em informar ao SINAN/RJ tal classificação. Verificamos também que os bairros de maior freqüência são os mesmos com maior índice de infestação, e maior densidade populacional, o indica a necessidade de ações ampliadas e mais efetivas nestas regiões. As equipes de vigilância em epidemiológica, educação em saúde e Programa Municipal de Combate a Dengue (PMCD) em parceria com a Vigilância em Saúde do Estado do Rio de Janeiro vem realizando ações educativas e mutirões nessas regiões desde o Mês de janeiro. Podemos destacar dentre as ações o futebol “Rio Contra a Dengue”, onde os times eram compostos pelos atores globais das novelas Malhação e Ti Ti Ti e a ação social no bairro de Inoã, ambos com participação em massa dos profissionais dos referidos setores e da população. O Programa Municipal de Combate a Dengue (PMCD) no município de Maricá durante o ano de 2010 efetuou um total de 242.195 visitas/ano com 168.660 imóveis trabalhados e 73.535 pendentes. De janeiro a junho de 2011 o PMCD já efetuou 50.998 visitas, 37.218 trabalhados e 13.780 imóveis em pendência, todos por não haverem moradores no domicílio A equipe é formada por 70 Agentes da FUNASA e 36 Agentes contratados pela Prefeitura, destes 60 realizam visitas domiciliares em 60% dos imóveis existentes. Até a presente data foram realizados os 02 LIRAas planejados, sendo o 2º ciclo de 21/03/11 a 20/05/11. Neste 2º ciclo o índice de infestação demonstra que os estratos de Araçatiba/ Boqueirão (1,7%); Barra/ Zacarias/ Lagoa do padre (2,6%) e centro (1,2%) apresentam situação de alerta para a disseminação da dengue, os demais estratos demonstram situação satisfatória nos índices de infestação. Os depósitos preferenciais em que foram encontrados focos de Aedes aegypti foram: 1º - garrafas, latas, recipientes plásticos; 2º - Vasos, pratos de plantas; 3º - Tinas, poços, tambores. Resumindo as ações em 2011 identificamos o seguinte quadro: Imóveis existentes no município = 58.731; Visitas a imóveis realizadas no ano = 126.683; Visitas a imóveis esperadas no ano = 234.924; Pontos Estratégicos cadastrados = 57; Visitas a Pontos Estratégicos no ano = 183; Visitas esperadas a Pontos Estratégicos no ano = 912; Nº de agentes de campo = 60; Nº de viaturas = 2. Na elaboração do diagrama de controle da dengue também foi possível observar que nos anos epidêmicos, ou seja, 2008 e 2011, a instauração da epidemia se deu nos meses de março à abril característica comum da trajetória histórica da doenças. Além de um diagnóstico epidemiológico mais preciso para elaboração das ações, este estudo permitiu a integração da Secretaria de Saúde com as demais secretarias de governo afim de discutir amplamente as ações estratégicas para prevenção e controle da dengue no município de Maricá. De outubro a dezembro de 2011, ocorreram reuniões semanais com Secretários e/ou representantes das secretarias de governo no gabinete para planejamento e fortalecimento das ações contra a dengue. Concluímos que dentre as dificuldades apresentadas na reestruturação da Saúde de Maricá, avaliamos estar no caminho para melhorar o controle de endemias e melhorar a qualidade de vida da população. Ainda no ano de 2011, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, aderimos à campanha “Dez Minutos” contra a dengue, realizamos ações diárias com grande mobilização social aos sábados. Durante a estratégia buscamos atingir o maior número de pessoas para adesão à campanha, bem como, recolher possíveis reservatórios do mosquito. Essas ações foram em parceira com as secretarias de meio ambiente e urbanismo, transporte, limpeza urbana, comunicação, mobilização social, fazenda, turismo, entre outras, e utilizamos como multiplicadores e grandes mobilizadores os agentes comunitários de saúde da atenção básica do município. Instituímos o PSF como ponto estratégico para concentração das ações. Esperamos que as ações, de prevenção e promoção da saúde, norteadas pela vigilância epidemiológica, realizadas no ano de 2001, permitam uma redução na incidência da dengue no ano de 2012. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2012 foram notificados 90 casos suspeitos de dengue, sendo dois descartados e os demais ainda em investigação. Esses resultados apontam para uma redução no numero de casos suspeitos no mesmo período do ano de 2011.