Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Abordagem da enfermagem aos aspectos emocionais das mulheres no período puerperal
Ana Karla Sousa Oliveira, Sheilla Maria Ramos Fontes, Lairton Cortez Moura, Ana Roberta Vilarouca Silva, Laura Maria Feitosa Formiga, Amurab Santiago de Carvalho Mendes

Resumo


Introdução: No puerpério as modificações provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, retornam à situação do estado pré-gravídico. Sabe-se, contudo, que as demandas do puerpério vão além de fatores relativos à fisiologia do pós-parto, integrando fatores físicos, emocionais, sócio-culturais, econômicos e de gênero. No tocante aos aspectos emocionais, torna-se importante não somente identificá-los, mas, sobretudo, abordá-los de maneira a promover uma vivência mais positiva desse período e evitar o estabelecimento eventual de cronicidades decorrentes de experiências negativas. A enfermagem no contexto da estratégia saúde da família (ESF) tem papel importante nesse sentido, estando em posição favorável para identificar e intervir nesse processo. Objetivo: Analisar como a enfermagem, no contexto da estratégia saúde da família (ESF), aborda os aspectos emocionais expressos pelas mulheres que vivenciam o puerpério. Método: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa fundamentado na análise de discurso na vertente proposta por José Luis Fiorin e desenvolvido com 06 enfermeiros vinculados às equipes da estratégia ESF de um município piauiense. Resultados: Os resultados indicaram que, embora os profissionais identifiquem questões emocionais das mulheres no período puerperal, essas questões são trabalhadas de forma muito tímida, com tendência à “psicologização”, e consequente encaminhamento para profissionais especializados. A abordagem às necessidades emocionais privilegiam a relação mãe-bebê e a relação da puérpera com o companheiro, com alguma menção a demandas decorrentes do enfrentamento de condições sociais precárias, e tem como fundamento o fornecimento de orientações pontuais. Conclusão: O trabalho da enfermagem na identificação das necessidades de saúde das puérperas tem possibilitado a apreensão de demandas emocionais importantes, diretamente relacionadas à vivência desse período específico. Não obstante, embora identifiquem, os enfermeiros não intervêm sobre esses aspectos, revelando uma atuação que tem como ênfase fatores relativos à fisiologia do pós-parto e que tira de si a responsabilidade por demandas que estão alheias a esses fatores. Nesse processo, a enfermagem necessita se (re)apropriar de um cuidado que tenha com fundamento a integralidade, favorecendo um olhar mais amplo e uma atuação interdisciplinar que viabilize um cuidado mais efetivo, porque mais adequado às reais necessidades de saúde dos sujeitos.