Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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As Escolas Populares de Saúde do Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde
Eduardo Rocha, Leticia Nunes, Pedro Lima, Sandra Amado, Fernando Brito, Wanderson Reis, Aldecir Francisco Costa, Vitor Pordeus

Resumo


A cidade do Rio de Janeiro contém atualmente cerca de 20% de sua população morando em comunidades populares caracterizadas por precária assistência educacional e sanitária. Com o intuito de transformar tal realidade foi criado o Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde na Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo descritivo cujo objetivo foi relatar a experiência, iniciada em 2009, das Escolas Populares de Saúde. Os dados foram coletados nos registros do Núcleo. São 14 Escolas instaladas em diferentes favelas da cidade. A metodologia é baseada na biologia cultural de Humberto Maturana, no afeto catalisador de Nise da Silveira e no despertar da consciência crítica, relevado na obra de Paulo Freire. Tal educação que visa à libertação tem como responsáveis os Agentes Culturais de Saúde, os quais atuam na preparação de competências específicas para o trabalho de mobilização comunitária, valorizando a autonomia de cada indivíduo. É abordada a possibilidade da superação dos desafios e o estabelecimento de uma rede de cooperação técnico-científica entre saber popular e acadêmico. Os integrantes das comunidades são envolvidos no processo e se tornam atuantes frente aos problemas individuais e coletivos percebidos na composição da sociedade contemporânea. Destaca-se a seguir algumas experiências.A Escola Popular de Saúde Yemanjá, localizada em Água Santa, desenvolve ações com mulheres e crianças do território promovendo saúde por meio de oficinas de dança, percussão, prevenção à DST/AIDS e planejamento familiar.O Complexo do Alemão, que compreende 16 comunidades, possui a Escola Popular de Saúde do Alemão, na qual trabalha-se com mulheres e jovens resgatando a história da localidade, realizando oficinas de resíduos sólidos, teatro e artesanato, o que culmina na geração de renda.No Flamengo, no conjunto habitacional Morro Azul, há uma Escola Popular que estimula o plantio de hortas medicinais em locais onde serviam como vasadouro de lixo. Durante o ano passado foram realizadas oficinas de contação de histórias.A Escola Popular do Morro do Urubu localiza-se no bairro de Pilares e desenvolve atividades esportivas com as crianças, oficinas de sabão e cine-clube, tem como parceira a Associação de Mulheres e Amigos do Morro do Urubu (AMAMU).Atualmente, os projetos valorizam a educação patrimonial junto às Escolas Municipais da localidade. Assim, educação e saúde públicas têm sido promovidas de forma universal e integral.