Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ABORTAMENTOS: QUESTÕES DE SAÚDE E DE SOCIEDADE
Paula Land Curi, Betania Nunes Carvalho

Resumo


Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a prática assistencial realizada em hospital maternidade, com mulheres que deram entrada em uma unidade de saúde para a realização de curetagem – raspagem endometrial. Embora saibamos que a intervenção cirúrgica não se limite à retirada dos restos e anexos embrionários do interior do corpo da mulher, tendo também outras finalidades médicas, esse procedimento é usualmente utilizado em casos de abortos retidos. É um procedimento largamente utilizado em decorrência de abortamentos, espontâneos ou provocados, que tenham sido “mal-sucedidos”. A partir de 2004, iniciou-se um trabalho na Maternidade Carmela Dutra, situada na cidade do Rio de Janeiro, intitulado “Qualificando o atendimento às mulheres no pós-abortamento”. Este, seguindo às orientações ministeriais acerca do acolhimento à mulher na gestação, no parto e no puerpério, levou-nos, juntamente com o serviço de saúde mental, não só a interrogar importantes inter-relações entre saúde e sociedade, como também reforçar a importância de se trabalhar com o conceito de saúde, tal como ele é atualmente compreendido e proposto pelo SUS, ou seja, estendido para outros aspectos da vida, não restrito apenas à ausência de enfermidade. Levou-nos ainda a compreensão que só há como avançar nas questões concernentes aos abortamentos e suas seqüelas, sejam elas orgânicas ou psíquicas, se formos capazes, enquanto equipe de assistência, de compreender que esses demandam novos olhares no campo dos direitos sexuais e reprodutivos.Palavras- chave: abortamentos, (in)fertilidade, saúde, sociedade.