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Introdução: As políticas de educação que permitiram a expansão do acesso ao ensino superior no Brasil são recentes, dentre essas destacamos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que garantiu autonomia político-administrativa às instituições de ensino superior (IES) no país, levando à expansão principalmente no setor privado. Foram criados o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) e o Programa Universidade para Todos (PROUNI) para facilitar ocupação e permanência nas vagas em IES privadas. O Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) apresenta-se como uma iniciativa do governo para expandir as IES federais com impacto na expansão do ensino superior. Objetivo: Analisar as relações entre as políticas públicas de educação e a expansão dos cursos de enfermagem no Estado de Minas Gerais. Método: Estudo descritivo-exploratório, de abordagem quanti-qualitativa. Os dados foram provenientes do banco de dados e-Mec, do Censo da Educação Superior, de questionários aplicados aos coordenadores de 52 cursos de graduação em enfermagem do estado de Minas Gerais e de grupos focais com professores e alunos de 18 cursos selecionados no Estado. Resultados: Evidenciou-se um aumento do número de ingressantes nos cursos de enfermagem, principalmente, nas IES privadas, nas quais a oferta de cursos apresentou crescimento abrupto a partir de 2000. Nas IES públicas identificou-se a criação de dois cursos em 2008 e 2009, respondendo ao REUNI. Identificou-se que 76,9% das IES que ofertam cursos de enfermagem foram contempladas com o PROUNI como forma de subsidio para o ensino superior. Identificou-se que grande parte dos alunos das IES privadas tem bolsa de financiamento estudantil. Os participantes do estudo relacionam a expansão dos cursos de enfermagem com políticas de educação para aumento da formação superior, o que reflete na maior facilidade de acesso. E identificam mudanças no perfil dos alunos ingressantes, destacando como desafios para a formação o déficit de aprendizagem em relação aos conteúdos do ensino básico e a dificuldade de dedicar ao curso pelos alunos que precisam trabalhar. Conclusão: Conclui-se que há relações entre as políticas de educação e a expansão do ensino superior em enfermagem. Visualiza-se que esta expansão não deve se restringir à ampliação do número de vagas sendo necessário discutir a qualidade dos cursos e as estratégias de permanência para os ingressantes, viabilizando uma formação de boa qualidade.